7:13Filha do desembargador entra na fogueira da decisão sobre Richa

Ontem à noite o blog O Antagonista e a Gazeta do Povo escracharam a notícia que pode ser resumida na manchete do primeiro: “Filha de desembargador que tirou Beto Richa de Moro ganhou cargo no governo do tucano”. Em resumo: a advogada Camila Witchmichen Penteado, de 34 anos, filha de Luiz Fernando Wowk Penteado, foi nomeada por Richa em novembro do ano passado para ocupar um cargo comissionado no gabinete dele e logo designada para atuar no Instituto Ambiental do Paraná. Ela também é filiada ao PSDB de Prudentópolis. O salário de Camila é de R$ 7.072,07. A assessoria do ex-governador enviou uma longa resposta sobre o fato exposto (ver íntegra abaixo). A defesa informa que: “Se esse parâmetro fosse determinante, todos os familiares de pessoas com cargos em comissão nomeados em todas as administrações públicas seriam suspeitos. O caso alegado envolve uma profissional com formação específica para a área ambiental, que desempenha função técnica em parque de preservação ambiental na cidade de Prudentópolis. Ilegal seria descumprir a decisão unânime da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça. Mais ilegal ainda seria encaminhar para a 13.a Vara Federal, exclusiva para julgar atos envolvendo a Petrobras, o caso de uma rodovia estadual.”

“A ilação sobre qualquer motivação estranha na decisão da Justiça Eleitoral de manter em sua jurisdição o caso envolvendo o ex-governador Beto Richa em suposto recebimento de valores não contabilizados na campanha de 2014 é de um desrespeito flagrante ao Poder Judiciário. Se esse parâmetro fosse determinante, todos os familiares de pessoas com cargos em comissão nomeados em todas as administrações públicas seriam suspeitos. O caso alegado envolve uma profissional com formação específica para a área ambiental, que desempenha função técnica em parque de preservação ambiental na cidade de Prudentópolis. Ilegal seria descumprir a decisão unânime da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça. Mais ilegal ainda seria encaminhar para a 13.a Vara Federal, exclusiva para julgar atos envolvendo a Petrobras, o caso de uma rodovia estadual. Ou seja, se ainda houvesse suspeita de irregularidade, o caso seria de competência estadual. E vale lembrar ainda aos deformadores de informações: não foi gasto sequer um centavo de recurso federal ou Estadual nessa rodovia. Portanto, nunca houve contrapartida para o suposto caixa 2.

Vale ressaltar que desembargador não retirou das mãos de Sérgio Moro o inquérito do ex-governador. Simplesmente deu cumprimento integral ao que foi decidido, à unanimidade, pelo STJ, no Agravo Regimental interposto no Inquérito 1181.

Quem descumpriu a decisão do STJ foi a Juíza Eleitoral, que ao invés de promover a investigação dos fatos, como ordenado pela Corte Superior, se limitou, em poucos minutos, sem sequer fundamentar sua decisão, a declinar de sua competência, direcionando-a diretamente para a 13a Vara Federal. Ao assim agir, desprezou não apenas a ordem do STJ, como também o Código de Processo Penal, que exige prévia distribuição, mediante sorteio, entre as 4 Varas Federais Criminais, que possuem competência concorrente, como determina a Resolução n. 96/2015, editada pelo TRF4. 

Uma singela linha de investigação demonstrará que a duplicação da Rodovia PR 323 jamais foi executada; que nunca houve repasse de recursos públicos federais ou estaduais para a Odebrecht, em toda a gestão do governador Beto Richa; que o edital de licitação para a obra da PR 323 foi questionado pela empresa CONTERN, perante a Justiça Estadual, que rejeitou o Mandado de Segurança impetrado. 

Necessário apontar que o ônus de provar a suposta “doação eleitoral, via caixa 2, pela Odebrecht”, não cabe ao ex-governador, mas, sim, ao delator, criminoso confesso, que, buscando se livrar da pena a que certamente será condenado pelos crimes praticados, mente descaradamente, em total desrespeito ao Poder Judiciário.”

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3 ideias sobre “Filha do desembargador entra na fogueira da decisão sobre Richa

  1. Oto Lindenbrock Neto

    Aqui é a República de Curitiba. Portanto, rigorosamente não vem ao caso.

  2. bs

    Esse é o Paraná onde o poder emana das oligarquias para oligarquias, e o povo? , ora o povo é só um detalhe, que paga toda essa conta.

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