por Janio de Freitas
O risco é grande —e ignorado. A confluência de redes criminosas capazes de “verdadeiro genocídio”, como constata a polícia paulista, e da expansão do extremismo político é uma possibilidade historicamente confirmada.
O relatório policial refere-se à ação de uma só rede, mas são várias, crescentes todas, algumas presentes em muitos estados, detentoras do comando de fato do sistema penitenciário, e juntas configurando já uma força que altera a fisionomia do país.
A descoberta de “milhares de fotografias” de assassinatos, cometidos nas lutas de quadrilheiros, demonstra o quanto a atividade policial está distante da realidade, não necessariamente por incompetência.
Outro relatório atesta, por via indireta, as dificuldades “da lei e da ordem”: chefe da intervenção na “segurança” do Rio, o general Braga Neto recorre a motivos como “falta de apoio da população” e “protestos e manifestações”, entre outros equivalentes, para explicar o que a população vê como insucesso da presença militar.
Tudo indica que a pergunta a ser feita é esta: ainda é possível reverter os motivos de insegurança e o temor que modificam os costumes e as pessoas? Revertê-los, bem entendido, por métodos de gente, e não como propõe a imbecilidade.
Caso não haja a reversão, em algum tempo as redes criminosas estarão cometendo ações de motivação política, por necessidade do seu poder. Para proteger-se ou para expandir-se como quer todo poder.
Os sinais dessa propensão histórica já estão aí.
DEFESAS
A proteção oferecida à pesquisadora e professora Debora Diniz, ameaçada de morte em Brasília, é medida pessoal. Não basta. São necessárias também, por interesse da sociedade, medidas para identificar a autoria das ameaças, contrárias à defesa que a pesquisadora faz, e repetirá em audiência no Supremo, da descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação.
*Publicado na Folha de S.Paulo
Eles querem que o SUS façam os abortos de graça. Como a maioria pobre vai procurar por isto a população irá diminuir. Na Rússia o índice de aborto é alto e a taxa de natalidade é de 1,1 filho por mulher resultando uma redução drástica da população no maior país do mundo. Putin está fazendo de tudo para buscar russos que imigraram para voltarem do contrário o país vai acabar em 2050. Cada ação tem muitas reações que a justiça desconhece.