Só com binóculo capaz de captar o que o público externo não vê, e a imprensa se atrapalha no embaralhamento do que o andar de cima da política joga para satisfazer e enrolar mais, pode-se notar o esquema traçado no ano passado para a manutenção do grupo que detém o poder no Paraná. Essa nuvem espalhada sobre “Beto Richa fica com esse, com aquele, com ninguém”, etc., é de caso pensado, enquanto vai se aferindo qual são as reais possibilidades de Cida Borghetti ganhar a reeleição. Ratinho Junior, que está na mesma embarcação, está consolidado e espera uma definição, por isso mantém sua sábia discrição, porque quem abre a boca engole crocodilo. A maioria dos prefeitos do Paraná foi muito bem paparicada nos governos do tucano, com Ratinho secretário do Desenvolvimento Urbano e, agora, apesar do pouco tempo, por Cida Borghetti. Para eles o ideal é exatamente o pensado faz tempo: os grupos dos três continuando no poder, seja com o comando do atual deputado estadual ou da governadora. O deputado federal Ricardo Barros, marido de Cida, é a eminência não parda que alinhava sempre a costura. Ele tem sede de poder, todos sabem. Alguém duvida que no passado não muito distante ele colocou a mulher como vice-governadora para negociar exatamente isso que pode acontecer? Uma união entre eles deixaria Osmar Dias numa situação muito desfavorável, para benevolente na análise. Seria alguma coisa como ver, antes do início de um jogo de uma partida, os jogadores de um time de futebol cheio de grana e poder abraçados de um lado do campo – e do outro um boleiro sozinho, que tem dificuldade financeira, esperando o apoio da torcida. É assim que sonham os quye pretende tomar conta do cofre onde brotam R$ 70 bilhões anualmente. Os mais entusiasmados entre eles acham até que, dessa maneira, ganham o jogo por W.O.