Outro dia, num sarau de grã-finos, ousei falar em “mistério”. Foi um deus-nos-acuda. Todos se esganiçaram em gargalhadas. Sou um tímido e, vermelhíssimo, não repliquei. Mas poderia ter dito o seguinte: – no dia em que o ser humano perder o seu mistério, cairemos todos de quatro e iremos, em massa e sem exceção, urrar à lua no bosque. (Nelson Rodrigues)