10:56Celso Caron na lista negra e na história dos dólares

Um xereta que fica vasculhando a lista dos possíveis inelegíveis enviada pelo Tribunal de Contas do Paraná ao TRE, encontrou o nome de Celso de Souza Caron por ali. Ele foi secretário estadual de Turismo e recebeu o carimbo atual pela irregularidade  das contas nos exercícios de 2004 e 2005, quandoapitava na Ecoparaná do governo de Roberto Requião. No exercício financeiro daqueles anos, segundo informa o TC (ler abaixo), houve: “Ausência de aplicação financeira dos saldos dos convênios enquanto não utilizados, da ausência de licitação para aquisição de materiais e do pagamento de verbas indenizatórias a trabalhadores voluntários sem a devida comprovação dos respectivos gastos”.  O nome de Caron levou a mente privilegiada do xereta a ligar o lé com cré e resgatar aquela história esquisita da remessa de 210 mil dólares para o exterior, cujos protagonistas principais atendem pelo nome de Maristela e Roberto – e são casados há muito tempo. Uma reportagem da jornalista Ruth Bolognese, mais tarde apelidada de Serpente Ruiva, publicada no jornal Folha de Londrina, também apareceu – e ali foi muito bem contado o caso que, ao que consta, não deu em nada.  Em tempo: na trama aparece quem? O doleiro Alberto Yousseff e o famoso procurador Celso Três, que sumiu depois que meteu o pé na porta das contas CC-5 do Banestado.  Como recordar é viver…

CELSO DE SOUZA CARON 002.502.799-91 Superintendente 

16/06/2015 a 16/06/2023
ACO 1958/2015 – STP 1130 29/05/2015 397697/07 TOMADA DE CONTAS ORDINÁRIA 2007

PARANÁ PROJETOS 02.681.709/0001-25
Julgamento pela irregularidade das Contas referente a tomada de contas ordinária instaurada em face da determinação contida no Acórdão nº 1547/09 – S1C, tendo em vsita transferências voluntárias repassadas ao ECOPARANÁ, referentes aos exercícios financeiros de 2004 e 2005, pelos seguintes motivos: Ausência de aplicação financeira dos saldos dos convênios enquanto não utilizados, da ausência de licitação para aquisição de materiais e do pagamento de verbas indenizatórias a trabalhadores voluntários sem a devida comprovação dos respectivos gastos e com fulcro no art. 16, inciso III, alínea ‘b’, da Lei Complementar Estadual nº 113/2005, c/c art. 248, inciso II, do Regimento Interno, quanto à ausência de conta específica para movimentação dos recursos repassados.
Caron e os dólares


O novo secretário de Turismo do Paraná, Celso de Souza Caron, é homem viajado. Pelo menos o nome dele já viajou muito por aí. Nas investigações de remessa de dólares para o exterior, Celso de Souza Caron aparece como comprador de U$ 210 mil da Casa de Câmbio Sigla, de Curitiba. E aí começa uma longa e complicada história. 

Outra conta 
Os U$ 210 mil passaram pela conta da ”laranja” Eliane Botelho Arevalos, na Caixa Econômica Federal de Parnamirim no Rio Grande Norte e foram parar na Tupy Câmbios, de Foz do Iguaçu, onde criaram asas em direção ao xxterior. 

Laranja I 

Essas operações estão registradas na Procuradoria Geral da República e com dois detalhes importantes. O primeiro revela que os U$ 210 mil saíram, na verdade, em reais, da conta de dona Maristela Requião, da agência do Banco Real da Avenida Vicente Machado, em Curitiba. É o que consta no depoimento de Divonsir Catenace, dono da Casa de Câmbio Sigla, na PGR. 

Laranja II 
O segundo detalhe é onde entra o novo secretário de Turismo, Celso Caron: quando a história veio a público ele teria se colocado como comprador dos dólares, junto à casa de câmbio Sigla, a pedido da família para proteger dona Maristela. Foi desmentido, em juízo, pelo depoimento de Divonsir Catenace e ficou com o pincel na mão. 

Doleiro again 
A Tupi Câmbios, por onde passaram os dólares de dona Maristela, segundo o Procurador Celso Três – que desvendou a maioria das operações de remessa ilegal pelas famosas contas CC-5 – era a ”maior lavanderia da fronteira”. E quem aparece no comando da Tupi? Ora, ora, ninguém menos do que o doleiro Alberto Youssef. 

Mesmo trajeto 
É claro que nem todas as remessas feitas via CC-5 foram lavagem de dinheiro. A versão sobre os dólares de dona Maristela, por exemplo, é que se originaram na venda de um imóvel de herança e que as operações foram feitas legalmente. Mas todo o trajeto do dinheiro foi o mesmo do caminho utilizado para a lavagem. 
Essa história surgiu na época em que Requião era senador, entre 1997/98. Dizem que ele queria esganar dona Maristela por isso. É uma ”saia justa” que vai atazaná-lo para sempre. 

O homem marcado 
Na verdade, no intrincado quebra-cabeças de remessa ilegal de dólares, corrupção e negociatas desvendadas pelo procurador Celso Três, a partir de Cascavel, a figura mais impressionante é a do doleiro Alberto Youssef. 

Gente, o nome desse homem surge em toda e qualquer operação ”sigilosa” já feita no Paraná desde as Capitanias Hereditárias. É um verdadeiro arquivo ambulante e começa a cooperar com o Ministério Público. 

Irmão e dólares 
Um amigo muito próximo de Youssef conta que um irmão dele teve um acidente de carro há alguns anos em Foz do Iguaçu e morreu. No carro, foram encontrados U$ 500 mil. Depois disso, Youssef assumiu o comando dos negócios da família e tomou gosto. 
Se contar tudo, não sobrará pedra sobre pedra no Paraná. E muita gente boa, de todas as ideologias partidárias e sobrenomes conhecidos, vai ter que se explicar. 

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Uma ideia sobre “Celso Caron na lista negra e na história dos dólares

  1. Vai que vai

    Este é um caso emblemático do estilo família Requião

    A testemunha de Defesa da família e da mulher no caso dos dólares remetidos via Paraguai ao exterior ganha um cargo no governo.

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