17:57ZÉ DA SILVA

É fácil apontar o dedo sujo para o outro e enumerar os defeitos, não é mesmo? Sim, estou escrevendo para você, porque também leio enquanto escrevo, mas isso não te interessa, afinal, faço sob o comando do que não imagino o que seja. Sujo como? Pode ser de coçar o rego do rabo de cima  pra baixo, por dentro da cueca ou calcinha, com parada estratégia ‘lá’, origem da manifestação. Não é coisa ideológica, a coçada, mesmo porque ideologia levada a sério feito seguidor de seita, fã incondicional de faquir, leitor de horóscopo, isso é coisa de descerebrado. Pronto! Apontei meu dedo! Por enquanto ele está limpo. Acabei de lavar depois que o papel higiênico furou. Qual o motivo do escoiceamento? Crise existencial dos quinhentos mil anos. O menino estava morrendo de tanto fumar pedra embaixo do caminhão velho largado na favela. Perdera 30 quilos em dois meses. O pai achou, amarrou, levou para tentar salvar. No reencontro, o guri apontou o dedo, queimado na ponta, e disse que o velho era o culpado de tudo, que o odiava por tê-lo tirado daquela onda, que não se importava mais com a vida e esperava o teco na nuca do trafica a quem devia uma grana. O pai… O pai tinha evitado o assassinato a bala do filho, e tentava cortar a longa tentativa de suicídio, já que o perdido estava no desvio desde os 13 anos – e conseguiu chegar aos 20 respirando! O dedo apontado. Será de deus? Será do diabo? O que importa? É um dedo – é é fácil esticar e direcionar.

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