Inspirado numa reportagem premiada, que reproduziu em muitas linhas o diálogo entre uma búfala e um búfalo durante uma feira agropecuária, ele resolveu pensar grande e imaginar qual teria sido o bla-bla-bla entre os bichos que foram recolhidos por Noé na Arca para enfrentar o dilúvio. Tal esforço, pensou, ia merecer um Nobel da Literatura, um prêmio Luis de Camões… melhor, um Jabuti, já que o assunto era animalesco, para exagerar na expressão. Passou anos visitando o zoológico da cidade, estudando o comportamento de todos os animais, principalmente olhares, gestos e, ok, o som que emitiam. Se utilizou do papai gugol para estudar os compêndios científicos a respeito de dos bichos. Quando se sentiu preparado para iniciar sua obra antalógica, teve um piripaque e morreu com a cara esmagada no teclado do computador. O enterro foi dos mais simples. Era um ilustre desconhecido até dos familiares. Tempos depois, em cima da cova rasa, começou a nascer capim. Um dia um pangaré foi visto ali, se alimentando. Quem chegou mais perto jura ter ouvido o quadrúpede falar: “Sifudeu, hein?”
O melhor é escrever kkkkkk …