19:25Para ver Giuliano

O nome dele é Giuliano, que nunca conheci. Cinema, sempre cinema, como se tudo fosse um filme – e é mesmo, só que mais emocionante. Bandido Giuliano é lá da Itália e explodiu nas telas anos atrás pela mãos de Francesco Rossi. Mas esse Giuliano daqui foi me apresentado por cenas em preto e branco dessa era digital – e me encantou com uma cena que sai da calçada de pedrinha, corpo ali estendido em primeiro plano, e sobe, sobe, sobe, sobe nas asas de um drone e vai lá no céu mostrando toda uma cidade e porque não somos mais ninguém. As luzes dominam – e eu dominado por tudo, lembrando também de “O fundo do coração” do Coppola, fui atrás do responsável, sem saber até então que era Giuliano – e que voou para além além da lente que filmou aquilo e antes de o pequeno filme ficar pronto. Preto e branco lembra cinza – e o dele, soube depois, era pesado demais, chumbo derretido a lacrar saídas. Gritei “Jesus!” porque já carreguei tal cruz e o milagre aconteceu. Só que pulei no tempo e a pedra rolou da entrada da caverna para minha ressurreição. Para ver e chorar Giuliano Andreso.

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