14:56Dentro da favela, preso pelo vício

História curitibana. Trabalhador honesto que se rala para manter a família, viu o filho de 21 anos sumir de casa há quase um mês depois de uma discussão forte sobre o uso de droga. O rapaz é usuário de crack, já foi internado uma vez, tentou morar sozinho em outra ocasião – e acabou vendendo tudo de dentro de casa para comprar as pedras. O pai está em desespero, mas já o viu na favela onde o filho sempre foi buscar a droga. Não pode fazer nada. Se entrar ali, pode levar tiro. Ele não pode, nem a polícia. Esse é um caso que acontece com frequência em Curitiba e qualquer grande cidade. Não vira notícia. Um delegado especializado no assunto diz que o grande problema é que o usuário está lá dentro e quer continuar consumindo. Se não tem dinheiro, como é o caso relatado, faz “serviços” para o traficante. Em muitos casos o bandido entra em contato com a família, apresenta a conta da dívida do viciado e ameaça matá-lo caso ela não seja paga. Dentro das favelas há barracos onde ficam amontoados estes dependentes. A polícia não faz operação para “salvar” alguém, pelos motivos expostos pelo policial, mesmo porque há centenas de barracos e seria preciso uma megaoperação e autorização judicial para vasculhar todos. A alternativa é a espera angustiante da família. E reza, para que não haja morte. Na favela onde está o rapaz, pendurada numa pirambeira, há duas gangues de traficantes que dividem o território entre a parte de cima e a de baixo. Há registros de assassinatos de integrantes de ambas. É a guerra de sempre. O local fica encravado ao lado de bairro de classe média da cidade.

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