18:43ZÉ DA SILVA

Desisto, porque penso. Aliás, não paro de pensar – e isso é um tormento se você está percorrendo o labirinto das catacumbas. Não é o caso de agora. Foi o caso de anos e anos lá no passado. Coisa boa. Coisa boa? Sim, porque depois que a gente sai, pode comparar. E o normal fica luminoso. Agora, por exemplo. Mas a questão é que a cabeça tem um giro que o corpo já sambado não acompanha. Se acompanhasse, chamariam o serviço de remoções para mais um internamento. As imagens explodem num ritmo alucinante. Passado. Sempre passado. Vem até com cheiro, como o da primeira sala de aula, que ficava numa construção de madeira. De castigo uma vez. O rosto pegando fogo de vergonha. Cara encostada num canto da sala. Lá na frente. Os pais nunca souberam. A timidez que me acompanha às veze explode numa ação errada. Foi o que aconteceu. A professora virou bem na hora em que eu iria atirar a primeira bolinha de papel. Nunca mais atirei. Anos depois, ao receber uma bolada dessa, baixou a loucura total e desconhecida de todos. Assim. E vem mais coisas. Outras, bem diferentes na data e no tipo de acontecimento. Sim, quero um redutor de velocidade. Se não,  vou empacotar e a mente continuar. Não vai ser bom.

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