O espinho do galho da roseira fez o pingo de sangue do dedão manchar uma pétala branca. De novo o caleidoscópio mental trouxe a lente da câmera no filme Inverno de Sangue em Veneza. Não havia barco ao meu lado. Apenas o monte de cocô do vira-lata. Como aprendi cedo, chupei meu sangue. A mente ficou inteiramente vermelha. Vi um parente morrendo no leito de hospital. Uma conhecida sendo salva de câncer por um pastor daqueles que gritam “Saia desse corpo, Satanás!” A cabeça da menina do Exorcista rodou tanto que acabou se descolando do corpo e caindo aqui no meu colo. Ela pediu um beijo. Eu dei. Alien saiu dali. Quero rever O monstro da Lagoa Negra para fugir do copiado por Guillermo del Toro e da entrega do Oscar. O que aconteceu com os cinemas de rua? Demoliram o que havia atrás da minha casa no subúrbio. Velhos tempos. Bons tempos? Não sei. Cortei o galho. A rosa branca me olha do vaso de cristal. Dália Negra é um grande livro do anfetaminado James Elroy. Sinto minha boca sendo cortada até as orelhas. Vou gritar. Não dá mais. Fecharam a cortina.
A rosa mais linda não pode ser colhida por florescer no meio dos espinheiros……MAIS UM HAIKAI.
Paulo Leminski se revirou no túmulo…silvestre, segura o facho e não estraga o post…sugiro antes de sair por aí postando estas coisas leia um livro chamado Sala 17, pra começar.
Eu não.