Não há sorrisos, só navalhas voadoras. Na porta do açougue da cidade intoxicada, corações pendurados por ganchos. Não sangram mais. Há moscas varejeiras em todos eles. Elas brilham sob o sol que consegue furar a fumaça constante. Alguém diz que suas cores são lindas. São mesmo. Na esquina há um leproso sem alguns dedos das mãos. Com o que sobrou ele segura e olha admirado uma capa de disco do século passado. Dolores Duran sorri e dentro pede uma noite de paz. O farrapo humano sorri para o sorriso dela. As gengivas dele estão carcomidas. Tiros são ouvidos. Homens, mulheres e crianças dentro e fora dos carros parecem dopadas. Ergo o braço e pego uma das lâminas. Dou meia volta, rasgo o peito, tiro o coração e entrego para o açougueiro. Não morro. Continuo – mas não penso em mais nada.
VOCÊ DEVE ESTAR EM HAVANA OU SERÁ EM CARACAS OU ENTÃO ESTÁ PRECONIZANDO A NOSSA REALIDADE OCULTA.
A reciproca é verdadeira né Ferreira,se fala tanto de Cuba ,Venezuela e afins que tem ate a torta pela fadiga de material.