Joesley Batista e Ricardo Saud se entregaram à Polícia Federal. Foram presos depois de um “papo de bêbados” gravado, conforme disseram em depoimento à Procuradoria Geral da República. Rodrigo Janot, que pediu a prisão deles depois de descobrir que fizera papel de bobo na delação armada por seu braço direito, o procurador Marcelo Miller, foi flagrado ontem num papo de boteco com um dos advogados de Joesley, o bandido que gravou Michel Temer num encontro na residência oficial do presidente da República. Esse enredo é tão maluco que, apenas para ficar na parte etílica, é preciso ser politicamente muito incorreto para dizer que tudo lembra aquela famosa frase de que o de bêbado não tem dono. No caso, entretanto, não são os protagonistas os que perderam as defesas da retaguarda, mas, como sempre, a ninguenzada – porque é ela quem assiste este desfile de obscenidades, este descalabro, esta bandalheira movida a bilhões do dinheiro público – e não tem como fazer nada, a não ser continuar pagando a conta.
E muitas vezes não sabemos quem é polícia e quem é ladrão …