Do jornal O Globo
Relatório da PF diz que presidente do PT praticou corrupção e lavagem
Investigações são sobre campanha de Gleisi Hoffmann em 2014
O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre repasses da Odebrecht à campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) conclui que a presidente do PT cometeu os crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. O inquérito tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informação divulgada pela assessoria de imprensa da PF na noite desta segunda-feira, o relatório afirma que também há “materialidade” da prática dos dois crimes pelo marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (PT); pelo então chefe de gabinete da parlamentar, Leones Dall Agnol; e pelos intermediários no recebimento do dinheiro, Bruno Martins Gonçalves Ferreira e Oliveiros Domingos Marques Neto.
A PF também acusa Gleisi, Paulo Bernardo, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luiz Arruda Lana de crime eleitoral. As investigações da PF, relacionadas à campanha da senadora em 2014, foram concluídas nesta segunda. Agora, cabe à Procuradoria Geral da República (PGR) decidir se denuncia ou não a senadora e os outros investigados.
Conforme o comunicado da PF, documentos apreendidos em fevereiro de 2016 na casa de uma secretária do setor de operações estruturadas – o departamento da propina – da Odebrecht mostravam dois pagamentos de R$ 500 mil cada a “Coxa”. A informação era acompanhada de um número de celular e um endereço de entrega. “A investigação identificou que a linha telefônica pertencia a um dos sócios de uma empresa que prestou serviços de propaganda e marketing na última campanha da senadora Gleisi Hoffmann”, diz a nota da PF.
Outros seis pagamentos no mesmo valor foram identificados pela PF, mais um repasse de R$ 150 mil em 2008 e duas parcelas de R$ 150 mil em 2010. A investigação mapeou os locais dos repasses e os intermediários, informações corroboradas nas delações da Odebrecht, informou a PF. “Há elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro praticados pela senadora, seu então chefe de gabinete, Leones Dall Agnol e seu marido, Paulo Bernardo da Silva, além dos intermediários no recebimento, cita a PF no comunicado.