13:05PENSANDO BEM…

ROGÉRIO DISTÉFANO

Ninguém é completamente bom ou completamente mau. Afora a disposição transitória que estatui que as regras exigem exceções, que acaba por ser a regra de ouro sobre as regras. Bons, absolutamente bons, foram Buda, Maomé, Jesus Cristo, Zoroastro. Estava por incluir o presidente Lula, nosso deus-ex-machina, divindade mantida pela máquina. Mas quanto a ele os autores estão em absoluto desacordo: há os que o têm como absolutamente bom e os que o têm como absolutamente mau.

Ao fim e ao cabo, como fala sempre em lusitano puro o senador Roberto Requião, cada um de nós tem o seu malvado favorito, em quem reconhecemos um lado bom – como o indigitado senador. Temos, por exemplo, Sérgio Cabral na categoria de mau e bom; mau, porque desviou dinheiro da saúde do povo fluminense; bom no amor que devota à mulher-cúmplice, Adriana Ancelmo, uma princesa Mahal, a quem literalmente cobriu de ouro, diamantes e safiras. Bom e mau, o Sérgio Cabral, em rima rica.

Meu malvado favorito chama-se Eduardo Cunha, o ex-presidente da câmara federal, hoje nosso vizinho em São José dos Pinhais, na “masmorra” de Sérgio Moro, como definiu o prefeito Rafael Greca em uma de suas precoces ejaculações verbais. O lado bom de Cunha? Ter armado a derrubada de Dilma? Não, não teve mérito nisso. Dilma cairia de madura, como cairá o Maduro substantivo e adjetivo, o da Venezuela. Cunha foi apenas o homem do momento, the right man in the right place, em bom português.

Nada direi sobre o lado mau de Eduardo Cunha. Todos conhecem, há até unanimidade, seria chover no molhado. Fico no lado bom, até hoje desconhecido, revelado hoje na Folha de S. Paulo: dois dias antes de ser preso, Cunha abriu uma editora – “de livros” (!), no contrato social. Ato falho, possível discrimen, para não confundir com sua outra atividade, a de produzir dinheiro. A ECAI Eduardo Cunha Atividades Intelectuais não chegou a trazer o lado bom do fundador: Eduardo Cunha caiu. 

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