7:32Adolescência

por Fernando Muniz

        Há quem goste de apertar o pescoço até ficar tonto, sem ar, perdendo os sentidos e se estatelando no chão, com a cabeça em rodamoinho pela falta de oxigênio e a sensação boa de que o indivíduo se desgruda do corpo.

            Outros se entregam à bebida, ou aos paraísos artificiais. Música alta, carros a toda velocidade. Euforia, desinibição. Mesmo que momentânea, apenas para a noite rolar. E Sexo. Fortuito. Descarga de energia.

            E há os que gostam de se arriscar mais que todos. Ah, esses são insanos! Sobem pelas marquises dos prédios e, dali escalam até o topo, quem sabe parando em um apartamento onde a janela estiver aberta, para explorar a vida alheia, surpreendendo os moradores com uma visita do além, vinda pela janela, feito alienígena ou ladrão psicopata.

            Alguns despencam durante a subida. Ou batem o carro. Ou erram a dose. Outros tocam adiante. Até um dia, quem sabe, as coisas passarem a fazer sentido.

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