8:43Caprichos do reizinho

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Rogério Distéfano

O estilo é o homem, disse o velho Conde de Buffon. Refiro-me à última patranha do prefeito Rafael Greca, no dia do aniversário de Curitiba, de remover para a Praça Tiradentes a estátua do cacique Tindiquera, instalada finalisticamente no Parque Histórico da Vilinha, no Bairro Alto. No parque ficou o pedestal da estátua. Na praça, fora de seu parque, Tindiquera lembra os índios que vivem pelas esquinas vendendo cestos de vime.

Isso atende as carências maiores da cidade? O prefeito acrescenta um tico à autoestima do curitibano? Não. É apenas mais uma de tantas poluções administrativas – lembram-se da Nau do Descobrimento? Como se tornou rotina depois da reação pública aos impulsos juvenis do prefeito, logo veio a funcionária do parque da Vilinha informar que a transferência foi provisória; não deu tempo de fazer a réplica para o marco zero, daí despejar-se o cacique de sua oca.

Diz a assessora, Pinóquio eventual, que está em processo a confecção de outra estátua. Pode ser, governante que inventa firula a toda hora faz dessas. Se vier, a outra estátua será como Greca, a segunda no mesmo lugar, igual por dentro e diferente por fora. O problema não é a falta de tempo, é a falta de concurso entre artistas, porque as obras de arte, digamos assim, que a prefeitura instalou nas duas gestões do prefeito não saíram de concursos.

Saíram da cabeça de Greca o busto do papa no Bosque João Paulo II, a Nossa Senhora da Avenida Cândido de Abreu, os anjos do Jardim Los Angeles, o inefável Cavalo Cuspidor, da Praça da Ordem – no geral, dizem os artistas, com problemas de escala. Rafael Greca sente-se um papa renascentista, que elege a obra e o autor. Concurso, para quê? Está aí MinhaMargarita para bater o martelo. A gente está acostumado: Roberto Requião também agia como um reizinho caprichoso.

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3 ideias sobre “Caprichos do reizinho

  1. Jorge Armado

    Um grande prefeito. O maior de todos os tempos. Merece ter o gabinete num hangar de Airbus 380. Pra caber tamanha competência, cintura e ego.

  2. juca

    Já diziam antigamente, que aquele que fala demais chegará um dia da bom dia para cavalo.
    Pois bem, o nosso “Trump” das araucárias, da “minha querida e amada Curitiba,” , já deu bom dia para cavalo a muito tempo, chegou até colocar um cavalo babão no Largo da Ordem homenageando o equino que conversava com ele.
    De lá para cá a coisa só ficou pior, atualmente o antigo Nero das araucárias com seus obeliscos e “obras de arte”, umas escondidas e outras bem visíveis, pois sem condições de cumprir promessas mirabolantes ao povo, embola o meio de campo e joga a culpa nos outros.
    No passado, e isso já vai 20 anos, não jogou a culpa no seu antecessor, Jaime Lerner, pois pegou uma cidade estruturada e aí sim por um urbanista e com equipe, alguns estão sendo resgatados atualmente, mas a cidade já é outra .
    Não podendo cumprir o prometido, culpa alguém e a bola da vez agora é o antigo prefeito e pior são os funcionários, professores, agentes de saúde, pensionistas aposentados, enfim todos que aparecerem na sua frente ou ousam a contrariar a vontade da “CÔRTE” do principado curitibano.
    Entre um destempero e outro o alcaide resolve fazer uma reforma que os servidores ainda não entenderam bem, pois as explicações não são aceitáveis, uma vez que desde a campanha devia ter essa intenção e não falou diretamente pois assim perderia um bom número de votos.
    Prefeito, Nero, Alcaide ou mesmo Trump das araucárias, desça do pedestal e converse com o povo e funcionários e não culpe outros, não precisa ajoelhar-se, fato difícil, mas, seja mais humilde e não vá na conversa ” caseira”, já não deu certo no passado e agora fatalmente não dará também.

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