Rogério Distéfano
Um caso de renúncia altruísta em favor do bem maior. No outro, tudo pelo bem menor, egoísta. De um lado a arte. De outro a chanchada.
“Sempre teremos Paris” – a antológica despedida entre Rick Blaine (Humphrey Bogart) e Ilse Lund (Ingrid Bergman), cena final do clássico Casablanca, 1942, direção de Michael Curtiz. Os dois haviam se amado em Paris; Ilse fugiu ao saber que o marido ainda vivia. Anos depois encontram casualmente em Casablanca, Marrocos, na casa noturna de Rick, ela com o marido, líder antinazista, Victor Laszlo (Paul Henreid). Ilse e Rick ainda apaixonados, separam-se para ela acompanhar o marido na luta política. Ao fundo a música que também fez história no cinema, As Time Goes By (Herman Hupfeld), interpretação de Sam (Dooley Wilson), o pianista .
O ex-governador Sérgio Cabral e sua mulher Adriana Ancelmo assumiram o arrivismo exibicionista e peculatário exato em Paris, onde se expandiram em festas, jantares e joias bancadas por empreiteiro com obras no governo do Rio de Janeiro. Hoje cumprem prisão preventiva resultante da corrupção, ele o governador suspeito de exigir propinas, ela suspeita de, como advogada, lavar o dinheiro da propina. Sérgio continua preso. Adriana sai da prisão preventiva para a domiciliar. A ordem foi deferida por ministra do STJ em Paris, despacho sob certificação digital. Réus e ministra ficarão na patética História do Brasil. Sempre terão Paris …