18:09Revista de domingo

Rogério Distéfano

Ary Fontoura, curitibano que começou a carreira em Curitiba, faz o papel de Lula no filme sobre a Lava Jato. Algo a ver com a República de Curitiba? Não. Fosse assim, José Luiz Fiani faria José Dirceu.

Um ex-ator da novela Malhação, da Globo, ganha a vida vendendo pasteis na rua. Pior são os ex-vendedores de pastel que ganham a vida como galãs de novela.

Ricardo Oliveira, craque do Santos, fica no banco de reservas enquanto se recupera de caxumba. Faz bem, caxumba não tratada desce para as bolas.

Atlético e Coritiba estudam sociedade na Arena da Baixada, aliança única na história do futebol. Como o Centro Cívico, desde sempre uma sociedade. De vez em quando aparece um minoritário reclamão na prefeitura.

Álvaro Dias, Roberto Requião e Gleisi Hoffmann, senadores do Paraná, não estão entre os trinta colegas que assinaram a PEC do Jucá, para blindar da Lava Jato os presidentes da câmara e do senado. Ainda há esperança? Não, só a esperança em ter esperança.

Pense bem. Foro privilegiado é coisa – muito – privilegiada. Em todos os sentidos.

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Não é por aí

Tem gente bem situada na burguesia e na intelligentsia indignada com a decisão do STF de indenizar presos em condições degradantes. “Inversão de prioridades”, “desvia-se dinheiro da saúde e da educação”, mal disfarçando a ideia de que “preso bom é preso morto”. Perdoai-os, pai, eles não sabem o que fazem, como disse Cristo. O STF não inventou nada, só aplicou a lei punindo o Estado naquilo que ele descumpre.

(1) O sistema brasileiro adota a regra de que a prisão não só pune como ressocializa, ou seja, prepara o preso para reinserção na sociedade. Prisões degradantes não resolvem isso, funcionam como upgrades na criminalidade.

(2) A lei obriga o Estado a garantir a vida e integridade física do preso. Quando o Estado deixa as prisões em estado de abandono, superlotação e más condições de higiene, levando a revoltas, ocupações e morticínios, ele está violando um dever legal.

(3) Por trás da indignação com a decisão do STF está também o mal disfarçado desejo de que os presos morram, pois não fazem falta na sociedade – a não ser para suas famílias, em quem ninguém pensa – podem morrer que não geram piedade ou compaixão.

É a pena de morte aplicada por tabela, desejo mal disfarçado dos críticos do STF. Se o acima não convencer, fiquemos no egoísmo mesmo: um dia poderemos estar, nós, filhos, parentes ou amigos na mesma situação dos presos.

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Uma ideia sobre “Revista de domingo

  1. Estatística

    Com tantos políticos denunciados por Odebrecht, OAS, Mendes Junior e outras, o STF está só preparando o “ambiente” para que reclamem de superlotação, com três de partidos diferentes, e recebam a indenização.

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