20:06AINDA ELEGEREMOS UM TRUMP

Rogério Distéfano

Refém da mentira

MICHEL TEMER REPROVA de “indigno e gravíssimo” o ex-ministro Marcelo Calero, da Cultura, ter gravado conversa entre ambos sobre o interesse do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do Governo, em edifício de Salvador. E não é “indigno e gravíssimo” o presidente patrocinar interesse privado de ministro contra outro ministro? Quem ainda acredita em Michel Temer? O que Temer diz hoje ele desdiz amanhã. Temer não passa firmeza, nem segurança.

As palavras de Temer, como sempre, não comovem nem explicam, tratam do adjetivo e contornam o substantivo, como essa história do “indigno e gravíssimo”. Ele escamoteia a realidade com a retórica dos lugares comuns e frases feitas. São os tempos do advogado de Lula, amigo de Temer, que na falta de argumentos sai-se com a “região agrícola do Brasil”. O presidente tornou-se refém da mentira e dos aliados espertos.

A maléfica trindade

TEMER, RENAN CALHEIROS E RODRIGO MAIA, os três da linha presidencial do Congresso e do Executivo, convocam a imprensa no domingo para negar sua aliança para votar a anistia para o caixa dois. Mentir e coçar é só começar, e essa gente nasceu com coceira. Tudo que fizeram enquanto a opinião pública e a imprensa se esbaldavam para condenar a anistia mostrava exato o contrário. Portanto, acredite quem quiser – ou a quem convier, pois ainda há tempo de aprontar safadezas no governo federal.

A única coisa digna de comentário na coletiva de imprensa é o visual dos três: no domingo, de terno, camisa social e sem gravata. Passaram a madrugada de sexta, sábado e primeiras horas de domingo ensaiando o desmentido, com tempo apenas para tirar as gravatas? Ou o marqueteiro mandou que as arrancassem, pois com elas ninguém levaria a sério político falando a sério no domingo?

De minha parte, além da empulhação dos canastrões só vi os três cafonas com medo de passar imagem de gente casual, como gente normal no domingo. É a releitura da papagaida sarneiana da “liturgia do cargo”. A liturgia de Sarney foi usada para dar o (falso) sinal de positivo, o polegar levantado enquanto Tancredo Neves agonizava. A liturgia da maléfica trindade é a mesma coisa: tudo positivo enquanto o Brasil agoniza para a saúde deles.

 

Compartilhe

Uma ideia sobre “AINDA ELEGEREMOS UM TRUMP

  1. Zé Mané

    Agora para os coxinhas saírem novamente às ruas falta bem pouco, o Fora Temer vem aí. Este País é sério mesmo ou estamos vivendo em uma república de mentirinha ?

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.