Como a vice-prefeita me chama para a roda, respondo ao repente.

1) Não sou professor de Direito Constitucional há mais de trinta anos, quando tive Mirian como aluna – não muito presente, fazia mais política na universidade que outra coisa.

2) Deve ser por isso, ou por falta do que dizer, que vem a ironia do qualquer aluno mediano de Direito Constitucional saber que réu Lula não estava obrigado a comparecer à audiência em Curitiba. Sim, pode ser, mas havia sido intimado e o juiz Moro o liberou de comparecer a pedido de seus advogados – que não por acaso processam Moro por abuso de autoridade. Qualquer vice-prefeita mediana e advogada mediana sabe que o assunto ali era Direito Processual Penal, não Direito Constitucional – releve-se, Mirian sempre foi advogada trabalhista. A propósito, ao invés de “aluno de Direito Constitucional mediano” não seria “aluno mediano de DC”? Vá-lá, a ordem dos petistas não altera o produto.

3) Sérgio Moro joga para a plateia, diz a vice-prefeita. Bravo, finalmente a plateia do Judiciário cresce exponencialmente, pois Moro, querendo ou não aparecer, usa a lei para fazer justiça, não abafos como ministros nomeados pelo PT que pedem vista para paralisar o processo que tiraria Renan Calheiros da presidência do Senado.

4) A sintomática nota da vice passa por alto do foco, do tema, da razão de meu post: Lula e Marisa são réus. A vice-prefeita lança a monumental cortina de fumaça para escamotear esse simples fato. É o já diagnosticado pecado original do PT, cujos militantes não conseguem aceitar – sob pena de suas vidas perderem sentido – que seu santo é corrupto.

O trabalho na vice-prefeitura deve estar tão escasso, mais do que sempre, que a vice-prefeita perde seu tempo e gasta o dinheiro da assessoria com um reles auxiliar de blogueiro. Uma pena, sempre gostei dela, até votei nela. Só respondi movido pelo despropósito da nota, pois sempre respeitei Mirian Gonçalves, embora deva reconhecer que em certos momentos ela perde o controle das emoções.