por Lauro Jardim, no jornal O Globo
Quando ainda era ministra de Lula, Dilma Rousseff foi responsabilizada por abortar um plano de ajuste fiscal que pretendia controlar o crescimento dos gastos públicos.
Dilma desqualificou o programa classificando-o como “rudimentar”. Mas Dilma apenas vocalizava o que Lula queria: quem realmente estava contra o plano era o seu chefe, segundo conta o livro “Anatomia de um desastre”, dos jornalistas Cláudia Safatle, João Borges e Ribamar Oliveira, que será lançado, em novembro, pela Portfolio-Penguin.
Dilma foi apenas um instrumento. Naquele momento, preocupado com o “mensalão” e com sua reeleição, Lula queria conquistar o apoio dos líderes sindicais e dos movimentos sociais.
O que menos desejava era controlar as despesas. “Quem barrou o debate foi o Lula”, revela o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no livro, que conta os bastidores da crise econômica que levou o Brasil à pior recessão de sua história.
“Pior recessão de sua história” é no mínimo desconhecimento até da história recente, de duas ou três décadas, sem falar de períodos anteriores. A midiotização está apostando muito na ignorância coletiva. “Menas”.