7:58A PEC e a ficção

Para quem conhece a história do Bananão, cujo síntese pode ser lida no livro “Aos Trancos e Barrancos”, do mestre Darcy Ribeiro, a célere aprovação da chamada “PEC do Teto de Gastos” só pode ser encarada como uma peça de ficção. Sem discutir o mérito, imaginar que uma lei sobre o que se pode gastar dos cofres públicos será respeitada a ferro e fogo por 20 anos, e por essa gente que assume cargos por indicação política – e pra fazer política, por conta exatamente da grana que terá à disposição, é mais ou menos como imaginar que os juros do sistema bancário poderão ser engessados por um número colocado na Constituição – coisa que já foi feita e virou motivo de piada. Portanto, nunca é demais lembrar a frase de outro mestre, Ivan Lessa: “A cada 15 anos o Brasil se esquece do que aconteceu nos últimos 15 anos”.

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