6:33Chupeta e bigorna

Do analista dos Planaltos

O alvoroço que causou a apresentação, por parte do governo do Paraná, de mensagem para suspender o reajuste dos salários dos servidores públicos, a ser decidido pela Assembleia Legislativa, fez lembrar uma das famosas frases do economista, embaixador e senador Roberto Campos:  “A primeira coisa a fazer no Brasil é abandonarmos a chupeta das utopias em favor da bigorna do realismo”. A reação de quem vive na chupeta da utopia foi imediata: porta-voz de sindicato ameaça greve geral. A bigorna do realismo foi apresentada na mesma mensagem. Ou seja, o governo, que já tinha alertado isso com antecedência, vai pagar progressões e promoções que deve e os aumentos assim que o caixa permitir. Por quê? Impossível bancar as duas coisas ao mesmo tempo, pois as despesas aumentariam em R$ 3,5 bilhões e o Estado quebraria.

Os militantes da utopia, com ajuda de parcela da imprensa que gosta do sensacionalismo improdutivo, agora culpam os pacotes antes baixados pela turma da bigorna. Parece delírio. Se não fossem os pacotes implantados desde o final 2014 em meio à crise econômica que persiste no Brasil, hoje o Paraná estaria na mesma situação de muitos estados que parcelam o pagamento do salário do funcionalismo há muito tempo. Pergunta-se: houve algum atraso aqui no Paraná? Receberam o 13º em dia? Até os mais adeptos da chupeta, comandados pelo sindicato dos professores, receberam todos os dias em que estiveram em greve por causa das medidas tomadas que mantém o Estado no difícil equilíbrio das contas.

Pode-se reclamar do governo, mas até agora o que fez, de forma dura, foi caminhar dentro de uma realidade difícil e instável. Quem reclama em passeatas, invasões, etc., vive num mundo onde só vale o “venha a nós” – – e o reino que se exploda.

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