15:56No Paraná, 70% das agências bancárias estão fechadas

Da assessoria da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR

Com 70% das agências fechadas no Paraná, a greve nacional dos bancários completou oito dias consecutivos nesta terça-feira (13). São mais de 15 mil trabalhadores paralisados em 735 agências e oito centros administrativos.  Os dados são da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR). A federação representa 85% do total de bancários no estado.

Os bancários reivindicam a reposição da inflação referente ao período da data-base, calculado pelo Dieese em 9,62% e mais 5% de aumento real. Os cinco maiores bancos do país lucraram quase R$ 70 bilhões, somente em 2015. O Comando Nacional de Greve se reúne hoje, em São Paulo, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para mais uma rodada de negociação.

“Sempre que há negociação, aumenta muito a expectativa tanto dos bancários quanto da sociedade como um todo e, por isso, os banqueiros devem ter a responsabilidade de trazer uma proposta que esteja à altura destas expectativas. Os banqueiros são os únicos responsáveis pela greve que fica cada dia mais forte em todo o país”, analisou Júnior Cesar Dias, presidente da FETEC-CUT-PR.

Na última sexta-feira (09), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs reajuste de apenas 7% no salário e somente R$ 300 a mais no abono, o que não cobre, sequer, a inflação do período, já que o INPC de agosto fechou em 9,62%, e representa uma perda de 2,39% para cada bancário e bancária. Os bancos lucraram mais que todos os outros setores produtivos do país juntos e, ainda assim, demitiram mais de dez mil funcionários em um ano.

Cada ano um novo acordo. É preciso lutar para não perder!

O bancário de Paranavaí, Nilton Borges Carvalho, comentou que na região, há uma adesão grande ao movimento grevista, mas acredita que a participação dos bancários pode ser mais ativa porque é preciso que o trabalhador vá para a agência para ajudar na conscientização e fortalecimento do movimento.

“Todas as conquistas dos bancários vêm de lutas históricas, como o plano de saúde, a jornada de seis horas, auxílio creche, PLR por exemplo. E essas conquistas podem ser perdidas com novos acordos, feitos a cada ano. Temos, que no mínimo, lutar para não perder o que já ganhamos. E essa luta não se faz dentro de casa ou entrando na agência após às 16h para trabalhar, pensando nas metas. Ela se faz na porta da agência”, convocou Carvalho.

Em relação a proposta da Fenaban em conceder abono, ao invés de aumento real nos salários, Carvalho ressalta que o bancário não pode esquecer que o índice reflete diretamente no cálculo de férias, FGTS, 13º terceiro, PLR e é incorporado para o cálculo da aposentadoria. “O abono se gasta rapidamente, o reajuste é incorporado dentro do plano de carreira”, finalizou.

 

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