A notícia no Uol sobre recente pesquisa Datafolha: “Metade dos brasileiros prefere Temer a Dilma”. Na primeira leitura faz total sentido: Dilma é presidente efetiva, afastada pelo impeachment; Temer é vice, interino na presidência enquanto corre o impeachment. Portanto, pesquisa e notícia traduzem questão política, qual seja se o vice-presidente se qualifica para substituir a presidente. Dito de outro modo a presidente tem sua base de legitimidade roída pelo impeachment e pelo desempenho do vice. Mas isso é subtexto, mensagem implícita.
Subtexto é coisa perigosa, como aqui, quando a apresentação do resultado favorece o vice-presidente ao afirmar que metade dos brasileiros prefere Michel Temer. Um viés tendencioso, pois a outra metade prefere Dilma. Pelo rigor, a chamada deveria transmitir neutralidade: ‘Dilma e Temer empatam na preferência dos brasileiros”. Se a imprensa sofre com a urgência da notícia e pelos interesses que rondam o noticiário, a imprescindível objetividade desaparece quando o leitor é atraído pela manchete que induz conclusão diferente dos números frios da pesquisa.
(ROGÉRIO DISTÉFANO)
Então precisamos que alguém desempate, quem será esta pessoa? Alguém aí se habilita?