20:02ZÉ DA SILVA

Minha cueca tava lavada. Não foi um presente que eu ganhei da namorada. Escrevi só para plagiar a rima da marchinha de carnaval. Coisa antiga, depois dos tempos do “Amigo da Onça”, que a moçada não conhece, porque hoje em dia é isso aí mesmo. O que? Sei lá, mas não entendo porque me colori na amizade dos tempos de Águas Claras, pós Woodstock – e antes disso, revolucionário (não na merda da ideologia dos malucos da política) era o cabelo que cobria um pouco as orelhas dos quatro de Liverpool. Eita meu Jesus Cristinho! Está chegando a minha hora de descobrir nada, porque depois que a luz da vida se apaga é o mesmo que antes de nascer. Outra citação, cópia, plágio de não sei quem, porque estou perdendo a memória, mais ainda alembro, como se dizia na vila, que era bom rodar pião na rua de terra, empinar capucheta, jogar bola em qualquer espaço e esperar a seleção jogar com Pelé e Garrincha na linha de frente – porque o nosso escrete canarinho jamais perderia – como de fato aconteceu. Doutor, eu tenho jeito? O jovem me olhou e respondeu, como aquela empáfia dos médicos que aprendem rapidinho a achar que são a própria encarnação de deus: “Ahn?”

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