11:53Polícia acaba com a farra do diploma falso

Do G1 Paraná:

Polícia cumpre a 2ª fase de operação contra falsificação de diplomas

Operação ‘Volta às Aulas’ é realizada no PR, Mato Grosso e Rio de Janeiro.  Foram expedidos 42 mandados judiciais, sendo nove de prisão temporária.

A Polícia Civil deflagrou a segunda fase da “Operação Volta às Aulas”, que investiga uma quadrilha suspeita de falsificar diplomas e históricos escolares de cursos de ensino à distância, em 11 cidades do Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso, na manhã desta quarta-feira (22).

Até as 10h50, a operação prendeu três pessoas em Cuiabá, Mato Grosso, duas no Rio de Janeiro, uma em Londrina e uma no bairro Mossunguê, em Curitiba. Foi preso Luiz Augusto Fumaneri, dono do Instituto Brasileiro de Ensino a Distância (Ibed), no Paraná. O advogado dele, Levi de Andrade, disse ao G1 que a prisão do seu cliente é “desnecessária”.

“O meu cliente sempre procurou colaborar com a Justiça desde a primeira fase da operação, inclusive nós peticionamos os autos para que ele fosse ouvido a qualquer momento. E fomos surpreendidos com a prisão dele hoje. Na minha visão, é uma prisão desnecessária”, argumentou Andrade.

Em Londrina, foi preso Túlio Alencar, que é professor do Ibed. O advogado dele, Itacir José Rockenbach disse que o cliente foi contratado para dar aulas pelo Ibed no curso CDF em 2015, mas ao descobrir sobre as irregularidades deixou da instituição.

“Ele prestou serviço, mas não tinha conhecimento de nenhuma fraude ou ilegalidade. Ele apenas ministrava aulas”, explica o advogado.

Um mandado de condução coercitiva foi cumprido contra o proprietário do curso CDF Carlos Alberto Swain Vidal. Ele foi liberado logo após prestar depoimento. Até as 10h50, o G1 não conseguiu localizar Vidal e nem o advogado dele.

Cerca de 350 alunos usaram os diplomas e certificados para, por exemplo, realizar matrículas em universidades. Esses estudantes estão sendo investigados para saber se tinham ciência do esquema criminoso, segundo a polícia.

Ao todo, foram expedidos 42 mandados judiciais, sendo nove de prisão temporária, nove de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 24 de busca e apreensão.

Em Maringá, no norte do Paraná, foi cumprido um mandado de condução coercitiva, em Guarapuava, na região central um mandado de busca e apreensão, em Londrina, uma pessoa foi levada coercitivamente para prestar depoimento

Um dos alvos do mandado de condução coercitiva, conforme a polícia, é uma servidora da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed). De acordo com as investigações, a quadrilha costuma cobrar até R$ 1,7 mil pelos certificados e diplomas falsos. Dez cursos são alvo desta fase da operação.

RESUMO DA 2ª FASE
– Objetivo: combater o crime de falsificação de diplomas e históricos escolares de cursos de ensino à distância.
– Mandados judiciais: 42, sendo 9 de prisão temporária, 9 de condução coercitiva e 24 de busca e apreensão.
– Ordens cumpridas até 10h50: 2 prisões no RJ, 3 no MT, uma em Curitiba e uma em Londrina.

Como funcionava o esquema
Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava da seguinte forma: os alunos interessados pagavam o valor para fazer uma prova em um dos cursos investigados. Na sequência, essas instituições mandavam a prova  e a documentação dos alunos para cinco entidades, entre elas o Instituto Brasileiro de Ensino a Distância (Ibed).

Depois, as entidades criavam uma pasta falsa com históricos escolares e outros documentos e enviava para a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) para a autenticação dos documentos.

Outras oito entidades, que não tinham autorização para emitir os certificados, também são alvo da operação. “Os cursos que não tinham autorização recorriam aos que eram credenciados para obter, mediante pagamento, os diplomas e certificados”, segundo o delegado Renato Bastos Figueroa. Ele disse ainda que os documentos não têm validade e que “muitos alunos nem sequer realizaram as provas para serem graduados”.

As cidades alvo da operação no Paraná são: Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais, Ponta Grossa, Piraí do Sul, Guarapuava, Londrina e Maringá. No Rio de Janeiro: Nova Iguaçu e capital. No Mato Grosso: Cuiabá.

 

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