por Lucas Rolim*

Quero, esta noite, discursar brevemente uma reflexão sobre as motivações que impulsionam o acadêmico de Direito.

Quais são as motivações que levam as pessoas a assumirem um lugar nas universidades para aprenderem Direito? Muitas, para todos os efeitos. Conversemos, pois, sobre algumas delas.

Muitos homens são seduzidos pelo poder aquisitivo que o Direito pode, eventualmente, dar aos dedicados ao assunto. A sensação de poder que adquire o homem ou mulher que envereda para qualquer ramo do Direito também tem sido poderosa motivação. Outras motivações efêmeras podem ser apontadas, como os concursos públicos que poderiam prover ao acadêmico estabilidade e conforto, sem grandes necessidades de maiores esforços futuros, sendo, portanto, a comodidade uma grande motivação para muitos. Ou ainda a realização de um sonho, como força propulsora de realização pessoal, quer por motivos nobres ou escusos.

Entretanto, penso que nenhuma destas motivações de efeitos transitórios possa atender a vocação última e necessária oferecida pelo Direito, que possui natureza essencialmente coletiva. Em outras palavras, o Direito deve atender o interesse da sociedade, especialmente tratando-se de munir o estudante com ferramentas que possam diminuir as injustiças que nos cercam, e dar à humanidade um caminho menos tortuoso. É essa motivação que impulsiona todos os dias os vocacionados. É esse chamado que devemos atender,e olhar para esta vocação de forma tão convicta, a ponto de crermos que motivações diferentes desqualificam o acadêmico, e eu creio firmemente que, se não atendido este chamado, ainda que tal homem ou mulher sejam considerados bem sucedidos, tornem-se conhecidos ou abastados, estes falharam miseravelmente com o propósito maior que a carreira jurídica impõe.

*Lucas Rolim é estudante do primeiro ano de Direito da Universidade Tuiuti