6:57O ANARQUISTA

maquiavel

NICOLAU MAQUIAVEL

“O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta” 

House arrest

Alberto Yousseff deixará a cadeia quatro meses antes para cumprir prisão domiciliar pela Lava Jato. Perdão, house arrest, pois Yousseff é doleiro.

Estilo e circunstância

Michel Temer afirmou que “por enquanto” não iria demitir Fabiano Silveira como ministro da Transparência pela conversa deste com Sérgio Machado, o mais recente delator da Lava Jato. Por enquanto é não só o estilo do homem Michel como a circunstância do presidente Temer. Patético, esse governo Temer.

Basta de intermediário,

RENAN CALHEIROS para presidente interino da República. Ele cuida do pedaço e devolve a cadeira espanada. Fabiano Silveira demitiu-se. Seu substituto será indicado por Calheiros. Que havia indicado Fabiano Silveira para ministro de Temer. Antes, Calheiros nomeara Fabiano Nascimento conselheiro do CNJ, órgão que fiscaliza toda a magistratura brasileira.  De onde convocou Fabiano Silveira à residência do Senado para um trololó noturno e soturno com o araponga-delator-petroleiro-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

SILVEIRA, Calheiros e Machado (gravador na lapela) ensaiaram sua advocacia administrativa, a atividade preponderante nos palácios onde se acoitam os homens públicos de Brasília: meios de melar a Lava Jato. Presente no mocó um quarto homem, arrecadador de dinheiro para campanhas eleitorais, investigado na Lava Jato. Se você ainda não sacou por que Calheiros fez Silveira ministro exatamente da Transparência e Controladoria da União passe por aqui para receber o Prêmio Poliana.

A mão na bolsa

O MP federal descobriu fraude de R$ 2,5 bi no Bolsa Família. Gente sem CPF, com CPFs múltiplos, mortos, funcionários públicos, cabos eleitorais e parentes, como sempre, todos com a mão na bolsa. Aconteceu nos anos 2013/4. No governo só não rouba quem é muito burro.

Meia verdade

Jacques Wagner, (ainda) ministro de Dilma, declara que o governo do vice-presidente não tem “compromisso de combater a corrupção”. O de Dilma também não tinha. Nada impede que a verdade venha da boca do mentiroso. Às vezes, com um tiquinho de mentira.

Na encruzilhada

No exílio do Alvorada Dilma segue rotina inflexível: acorda cedo, faz cobranças e despacha. Despacha? Sem poder e Diário Oficial? Só se for na encruzilhada do Jaburu, com Jacques Wagner, baiano e ministro da macumba.

Bem-que-Temer, mal-que-Temer

RECONHEÇAMOS: Temer supera Dilma. Ela trocava de ministros a cada 22 dias úteis. Ele troca de ministros a cada três dias e meio inúteis. Confiram: em duas semanas (em Brasília a semana tem três dias, terça, quarta e quinta-feira) ele perdeu dois ministros. Atenção, perdeu, porque a opinião pública dispensou os ministros; Temer não pode simplesmente deixar seus ministros partirem sem um minueto de amor, tanto deve a eles a sedia curulis, a cadeira dilmal.

DILMAnão perdia ministros, jogava-os fora. Temer supera Dilma, isso é bom? A conclusão fica por sua conta. O Brasil é como a política do Brasil – funciona como nuvem, hoje parece uma coisa, cinco minutos depois, ou até menos conforme o vento, parece coisa diferente. Pode ser bom ou ruim, pois hoje o país está dividido entre os que preferem a Lava Jato e os que preferem que o carro permaneça coberto de lama.

(ROGÉRIO DISTÉFANO)

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