10:09Recordes extraoficiais

por Ruy Castro

O COI (Comitê Olímpico Internacional) disse a Marcel Merguizo e Paulo Roberto Conde, da Folha, que, a partir de 24 de julho, vai entregar 450 mil preservativos aos atletas, técnicos e, com todo respeito, demais membros das delegações que virão aos Jogos do Rio. Se esta fosse uma categoria olímpica, o Brasil já faria jus a uma premiação: o número bate as cem mil camisinhas distribuídas em Sydney (2000) e Pequim (2008), as 130 mil em Atenas (2004) e as 150 mil em Londres (2012).

Pelo visto, o COI espera tanta ação entre os 10.500 esportistas hospedados na Vila dos Atletas quanto nos estádios, ginásios e pistas. Com todos aqueles rapazes e moças zanzando dia e noite pela vila, e calculando-se o seu grau de saúde, é provável que vários recordes sejam batidos fora de hora – pena que extraoficiais, donde não entrarão para o quadro geral de medalhas.

As 150 mil camisinhas oferecidas em Londres foram absorvidas à média de 14 por atleta, equivalendo a uma a cada dois dias – número apenas razoável ou talvez nem isso. No Rio, da abertura da Vila à cerimônia de encerramento, a 21 de agosto, serão também 28 dias. Pois, se as 450 mil camisinhas disponíveis forem integralmente aproveitadas, a média subirá para 42 por atleta – três a cada dois dias. Número, este sim, invejável, já que, entre uma e outra, eles terão de correr, pular, saltar barreiras, nadar, lançar varas, remar, esgrimir, trocar socos e levantar peso, entre outras desgastantes atividades.

E, pela primeira vez, chegou a vez das mulheres. Dos 450 mil preservativos oferecidos, 100 mil serão femininos. Donde nenhum atleta poderá fugir à luta alegando ter esquecido a camisinha em casa.

Ninguém mais discute se faz mal praticar sexo antes de uma competição. Os especialistas decidiram que não – desde que não atrase o início da prova.

*Publicado na Folha de S.Paulo

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