5:58O ANARQUISTA

CHAPLINSONO

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato. (BARÃO DE ITARARÉ)

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Decoro ou lealdade?

Delcídio Amaral perdeu o mandato de senador, cassado por quebra do decoro parlamentar (isso existe, apesar do que se viu na sessão do impiche de Dilma na Câmara dos Deputados). Foi grampeado planejando a fuga de Nestor Cerveró, corrupto do petróleo; em seguida fez delação premiada envolvendo políticos, do Senado inclusive.

A quebra de decoro e a delação têm tanta proximidade que fica a impressão de que Delcídio foi cassado nem tanto por ser indecoroso, mas por ser delator. Portanto, não quebrou o decoro, quebrou o dever de lealdade. Lealdade com os colegas. Uma coisa é corromper, outra é delatar.

Maria da Penha

Dilma e o eterno chororô confuso: está sendo impichada por ser a primeira ‘presidenta’ eleita pelo voto popular. Fosse a segunda, as pedaladas e a incompetência passariam em branco? De minha parte seria impichada só pelo ‘presidenta’, como se a tolice de gênero gramatical fizesse diferença para governar.

O último suspiro de Dilma revela que gênero é problema dela, não dos que a impicham. Não demora seu advogado geral saca o último hamster da cartola e pede anulação do impiche pela Lei Maria da Penha.

Quantas divisões?

O papa recebeu a atriz brasileira de novelas que denunciou golpe contra Dilma. Em seguida Francisco declarou-se preocupado com a democracia no Brasil. Ou o papa não tem o que fazer ou é mais um argentino metendo o bedelho no Brasil. “… quantas divisões [de exército] tem o papa?” – perguntou Stálin, estrategista oculto do PT, quando alguém o ameaçou com a Igreja Católica.

A marca do bigode

Tiririca, palhaço de profissão e deputado por eleição, raspou o bigode, sua marca registrada. Quer remover qualquer semelhança com Waldir Maranhão, o pau mandado que anulou e desanulou a decisão do impiche na Câmara dos Deputados. Um palhaço à paisana desmonta o bufão de uniforme.

Não vale o papel

A Folha de S. Paulo de ontem traz matéria sobre Michel Temer como jurista e professor de Direito. Há os que o consideram brilhante, todos com nome e fotografia. E há os que o consideram medíocre, estes na penumbra do anonimato. Isso não é jornalismo. Melhor deixar os que falam bem na coluna social e os que falam mal no site, escrevendo sob pseudônimos covardes.

Tempos e modos

No impiche de Fernando Collor o presidente foi defendido pelo senador Josaphat Marinho (PFL/BA), um dos maiores especialistas e professores de direito constitucional do Brasil. Defesa em cima da Constituição e da lei dos crimes de responsabilidade.

No impiche de Dilma, ela é defendida pelos senadores da base aliada. Que levantam questões de ordem, em cima do regimento interno do Senado.

No de Collor o professor foi brilhante, seus argumentos difíceis quando não impossíveis de rebater.

No de Dilma os senadores operam as armadilhas preparadas pelo advogado geral, também professor de direito, que serão depois levadas como causas de nulidade ao Supremo. Diferenças de tempos, modos, métodos e níveis intelectuais.

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ROGÉRIO DISTÉFANO

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