O dinheiro não é só facilmente dobrável como dobra facilmente qualquer um.
MILLÔR FERNANDES
Tutti ladri
A chama olímpica chega e transita no Brasil sob escolta policial. Seguro morreu de velho. As autoridades daqui não são confiáveis. Quem rouba a merenda escolar, o remédio para os pobres e o sangue dos hospitais põe até a mão no fogo por uma tocha.
Dossiê da moda
O ministro Jacques Wagner recebeu dossiê contra o juiz Sérgio Moro, preparado por agentes dissidentes da PF. Leu a primeira denúncia: o juiz Moro não combina camisas e gravatas. Wagner entende do assunto, sua mulher fornece camisas sob medida para Lula. Jogou o dossiê no lixo.
Ativo e passivo
Está na lei: corrupção passiva acontece quando o ocupante de cargo público solicita ou recebe, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.
É hora de mudar o ‘passivo’, que diferencia do ‘ativo’, o que oferece ou leva a vantagem indevida. Hoje o corrupto ‘passivo’ tem mais empenho que o ativo. Daí a importância de mudar, pois o código penal vem de 1940, quando o corrupto era em regra passivo.
Gemidos no impiche
Na quinta, dia 28, a fala do senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB) na comissão do impiche foi interrompido por gemidos de sexo. Era um link de vídeo pornô “acidentalmente” clicado em aparelho celular na sala – não se sabe se por senhor senador ou por senhora senadora.
Cunha Lima não perdeu a linha. Pediu a compensação do tempo perdido com os “gemidos de bebê”, nas suas palavras. Naquele ambiente, pornô é indene, inocente. Quanto ao senador, passou recibo de reprimido sexual ao confundir o gemido da mamãe com o do bebê.
Que tal um baile?
Sabem o que falta para terminar com chave de ouro o governo Dilma? Um baile, como o que o imperador deu na Ilha Fiscal na véspera do 15 de Novembro. Não pelo baile em si, mas pelas pedaladas – fiscais como a ilha do baile.
Recentemente um vereador de Floripa foi flagrado vendo site pornô em plena sessão. Dia desses descobriram que tem profissional do sexo atuando na Câmara dos Deputados, e não é como parlamentar. Agora um senador, aproveitando o pé no saco que é esse falatório de comissão, resolveu se entreter e acabou vazando o gemido do “bebê”. Minha dúvida: Será que nas boites & zonas & casas de tolerância as moças passaram a trabalham acompanhando as transmissões das TVs Câmara e Senado? Sei lá, como a política virou uma putaria, quem sabe as putas não passaram a se interessar mais pelo tema – o que leva àquela piada antiga que talvez hoje nem seja mais piada: nessa eleição votarei nas putas porque cansei de votar nos filhos delas…