“Todo homem que se vende recebe mais do que vale” (Barão de Itararé)
Pac da p… A jornalista Eliane Trindade, da Folha de S. Paulo, entrevistou uma garota de programa que atende parlamentares em Brasília. No dia do impiche a moça recebia mensagens em tempo real de quatro clientes fixos, deputados federais, com atualizações sobre a votação. Falsos como só conseguem ser os políticos deixaram de dedicar seus votos à moça.
Bela e nada recatada, a moça conta sobre as orgias com os representantes do povo – regadas do bom e do melhor, detendo-se na mansão de senador do planalto central onde suas excelências relaxam do plenário e das comissões assistindo pole dance, aquela em que a dançarina acicata o imaginário masculino ao subir e descer enrodilhada num mastro.
Fiel ao sigilo profissional, não revela os financiadores de seu programa de aceleração do crescimento. Deixa claro, contudo, que os quatro clientes fixos votaram contra Dilma. No dia do impiche não prestou serviços aos clientes, pau e suruba corriam soltos na câmara, com cuspo e sem cuspo. Ainda há gente honesta em Brasília. Honesta e trabalhadora.
Se ela sabe… “As Forças Armadas não existem para fiscalizar governo nem para derrubar governos. Temos que contribuir para a legalidade, dar condição para que as instituições continuem trabalhando e encontrem caminhos para superar o que estamos vivendo. Vimos que os embates [políticos] têm sido acirrados, mas as instituições estão funcionando”.
Declaração na qual o general Eduardo Villas Bôas, comandante geral do Exército, descarta a intervenção das forças armadas no impiche. Segundo a chefa dele, comandanta em chefa presidenta Dilma, as instituições não estão funcionando: a vice-presidência da República, o Congresso Nacional e o Judiciário conspiram no golpe para tirá-la do poder.
Ela desatinou
(Letra e música, Chico Buarque)
Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
Ela não vê que toda gente, já está sofrendo normalmente
Toda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da avenida
Onde ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
Quem não inveja a infeliz, feliz
No seu mundo de cetim, assim,
Debochando da dor, do pecado
Do tempo perdido, do jogo acabado
Dias piores virão O TSE divulga o levantamento: um em cada cinco prefeitos eleitos pelo PT em 2012 abandonou o partido nos últimos seis meses. Excelente. Ficarão só os bons – de palanque, de caixa dois, de cana. E Lula, que joga em todas as posições.
Todos são maiores Dilma se queixa na ONU dos elogios do deputado Jair Bolsonaro ao coronel Brilhante Ustra, segundo ela “o maior torturador do Brasil”. Não existe maior ou menor torturador; o que menos tortura não é nem menor nem menos ruim, já que todos atingem a vida e a dignidade humanas. Chamar Ustra de maior é injusto com os torturados pelo delegado Sérgio Fleury, da Operação Bandeirantes, de São Paulo.
A esperança Keiko Cristina Kirchner, presidente da Argentina por dois mandatos e primeira-dama em outros dois, perde força depois que, no mandato de seu sucessor Maurício Macri, passaram a ser revelados escândalos de seus governos. Dilma Rousseff, do Brasil, é essa figura patética que vemos desfiar queixumes e fazer ameaças diante da provável perda do mandato.
Das mulheres presidentes que entusiasmaram a América Latina resta ainda Michele Bachelet, do Chile, como todas no segundo mandato e amargando o escândalo do filho e nora obtendo empréstimo oficial para empreendimento particular.
O Peru pode restaurar a esperança com as mulheres presidentes se eleita Keiko Fujimori no segundo turno que corre por estes dias. Eleita, ela começa com um problema: o pai Alberto, ex-presidente, cumpre sentença de prisão por crimes cometidos quando presidente. Esta nossa América Latina…