21:23ZÉ DA SILVA

Perguntaram uma vez porque assinava com pseudônimo o que inventava escrevendo nas páginas dos jornais Tribuna do Paraná e O Estado do Paraná. Eu ria e dizia que meu nome era esse mesmo. Poderia dizer que era o id do meu ego, ou vice-versa – e que o sonho era adotar um nome feminino, como a Suzana Flag do Nelson Rodrigues. Os interessados não acreditaram, mesmo porque nunca existiram. Inventei-os também. Assim atrapalha tudo para ficar como está, como o Brasil de ontem, hoje e sempre. Contei histórias onde em algum momento havia algo de verdadeiro, mas eu não sei o que é isso. Um tiro na testa de um político, por exemplo. Há uma identificação aí, coletiva. Uma catarse, como diriam quem mesmo? Ou não? Pois só de pique convidei a moça para revezar no côncavo e convexo, mas deu confusão. Ela deverá estrear aqui quando der na telha dela, porque a minha quebrou no dia em que enfiei o Bala, meu Corcel ano 77, duas portas, branquinho, num poste, logo depois de dedicar-lhe meia página de um jornal que já morreu.

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