8:25A bomba armada pela tesoura

Vai ser bonita a discussão sobre a parte da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que Executivo enviou ontem à Assembleia Legislativa onde se estabelece a retirada do Fundo de Participação dos Estados do cálculo para o repasse aos outros poderes, ou seja, o próprio Legislativo e o Judiciário. A máquina de cortar foi acionada, obviamente, pelo secretário da Fazenda Mauro Ricardo Costa, mas empurrada por Beto Richa. Para clarear um pouco a história, até o final do governo de Orlando Pessuti, a dinheirama não entrava no cálculo. Pouca gente sabia da bomba que aterrissou ontem no colo dos deputados estaduais e que ainda não foi deflagrada, inclusive e principalmente os próprios, até os coroados que entram sem bater na sala do governador. O sino do apocalipse soou de novo e há quem faça a comparação com a situação do funcionário que recebeu um penduricalho da empresa há anos, fez a reforma da casa, contratou empregada, assumiu dívidas, etc, achando que aquilo seria permanente, e de repente o chefe avisa que vai tirar o doce da boca. Se os parlamentares assinarem embaixo, ganham a ira do turma da capa preta, que está trombando com o Executivo há tempos por causa dos sinais que recebe do corte de verbas. A crise econômica como pano de fundo é ponto favorável para o público externo, ou seja, o povão, pois a imagem que vai ao ar é a de que juízes, a turma do Ministério Público e os deputados recebem dinheiro demais para resultados concretos de menos. Mas o buraco é mais embaixo e no Centro Cívico o enredo da novela é outro. Há quem aposte que a maneira como foi enviada a LDO com o tal petardo foi uma espécie de teste para se sentir o termômetro da medida. Se foi isso, o andar de cima do Palácio Iguaçu pode ter certeza de que a temperatura subiu às alturas onde a tesoura fechou as lâminas. O que se fala entre os que se sentem prejudicados é que não houve nenhum tipo de conversa preliminar para se chegar a uma solucionática para a intenção. Se uma emenda for feita para que esta parte seja modificada, ou seja, um recuo do Executivo, vai se repetir a história dos pacotes lançados logo depois da reeleição de Beto Richa e que resultaram, no final das contas, na queda vertiginosa da popularidade dele, principalmente pela reação dos funcionários públicos, capitaneados pelos professores, com a questão da previdência. A conferir.

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Uma ideia sobre “A bomba armada pela tesoura

  1. Zé Povinho

    Vamos ver se o piá de prédio vai até o fim, se não afina para a turma da capa preta, se fica só na “vontade”. Vai encara mesmo Betinho, ou só vai ficar na conversa? O Poder Judiciário tem tanta grana que ao fim de cada ano se dá ao luxo de aplicar as sobras no mercado financeiro, grana que poderia ser usada em coisas bem mais úteis para o resto da sociedade.

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