15:09Temos opções nas próximas eleições municipais?

por Claudio Henrique de Castro 

Há duas semanas dois vereadores foram flagrados ao votar por outros colegas no plenário da Câmara de Curitiba e, pior, estariam votando a favor do abono de faltas dos professores da rede municipal.

O vereador Pastor Valdemir Soares (PRB) supostamente votou pela vereadora Julieta Reis (DEM). Ele renunciou num ato dramático e grandiloquente. A vereadora Noêmia Rocha (PMDB) teria votado pelo vereador Beto Moraes (PSDB), nada ainda foi feito em relação a este último fato, embora amplamente noticiado pela mídia local.

Provavelmente estes eventos vão se transformar em pizza, daquelas que os curitibanos pedem ao final de semana em casa.

Há denúncias de desvio em publicidade julgadas pelo TCE/PR que geraram a condenação de mais de um milhão de reais a ex-vereadores, empresas e gestores.

A novidade desta semana é a fanfarronice da proibição do UBER em Curitiba, sem qualquer discussão profunda, como aconteceu em outras capitais brasileiras. Aqui sequer houve uma consulta pública, apenas se fez média com a classe dos taxistas, que por óbvio merecem respeito, mas também é hora de impor critérios para a expansão do sistema e a regulação do transporte alternativo, inclusive de vans e o transporte escolar alternativo.

Perdeu-se a oportunidade do considerável aumento de receita e da qualidade nos serviços públicos municipais?

As vias calmas são outra imposição sem consulta pública ou diálogo com as populações envolvidas, bem como, a infestação de radares sem licitação.

Neste baile, a dengue se espalha em todos os bairros de Curitiba e na região metropolitana – e em algumas UPAs a espera é de mais de cinco horas para uma consulta. É o que noticiam os jornais locais, banalizando o caráter estarrecedor dessas notícias.

O transporte coletivo integrado se desintegrou.

A cidade recebe pinturas verdes nas esquinas e em canteiros sem calçada, uma “inovação” que nem o Código Brasileiro de Trânsito conhece.

As dividas municipais se acumulam. Obras paradas nas praças e nos bairros. O IPPTU recebe um aumento bem superior ao da inflação do período.

E os curitibanos não sabem em quem votar para prefeito e para vereador. A classe política não se renovou: são os filhos, os sobrinhos, os netos, os bonitinhos, as lindinhas, os piores, os mornos e os sorridentes que se apresentam com cara de novidade.

Novamente teremos câmaras municipais e prefeituras, em sua maioria sua maioria, como sinônimo do atraso, do autoritarismo e da incompetência na grande parte das cidades brasileiras.

O problema é a ausência de democracia nos partidos políticos que são possuídos por caciques e caudilhos. A legislação brasileira não permite candidaturas avulsas, sem partidos, e ainda a legenda dos partidos políticos com candidatos populares arrasta meia dezena de desconhecidos e alpinistas eleitorais.

Não nos sentimos representados, há um abismo entre os políticos e o povo, se apresentam discursos pré-eleitorais que, na prática, após a diplomação se transformam em fumaça.

A legislação eleitoral precisa de uma urgente remodelação. Os crimes do colarinho branco carecem de um drástico aumento das penas e de uma redução no tempo de duração dos processos penais.

Sempre os problemas são culpa dos outros, nunca nossos “representantes”, aqueles que jamais admitem seus erros e incompetências:  “É o governo federal, é o governo estadual; são as chuvas; são as finanças”, e por aí segue o baile.

É hora de as pessoas éticas enfrentarem os cínicos. Para isto precisamos de eleições realmente democráticas, sem partidos políticos de fachada, com candidaturas avulsas e uma profunda redução nos cargos em comissão, com a profissionalização dos serviços públicos.

A demagogia barata está chegando ao fim.

Acorda Curitiba!

*Claudio Henrique de Castro é advogado e professor de Direito

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7 ideias sobre “Temos opções nas próximas eleições municipais?

  1. ricardo crovador

    Blá, blá, blá, blá e mais blá.
    Mas o nome do maioral que ele apoia não apareceu.

  2. Pedreiro

    Bravo Ricardo!
    O Mito da Caverna de Platão torna-se realidade na “república de curitiba”…

  3. zé ninguém

    Quem sempre esteve certa e a filha do limpinho, esta Câmara de Vereadores e composta só de gentinha. Não querem o Uber mas porquê não? Porque e preciso continuar com este sistema cartorial que está aí, e que promete continuar para sempre, ou alguém acha que a Família Filho ayer deixar de nos explorar?

  4. zé ninguém

    Quem sempre esteve certa e a filha do limpinho, esta Câmara de Vereadores e composta só de gentinha. Não querem o Uber mas porquê não? Porque e preciso continuar com este sistema cartorial que está aí, e que promete continuar para sempre, ou alguém acha que a Família Filho quer deixar de nos explorar?

  5. candidato

    Certíssimo o artigo, parabéns pela radiografia da câmara de vereadores e da prefeitura composta de aloprados e incompetentes pra falar pouco.

  6. firma de taxistas de quem?

    Alguns dos vereadores ex e atuais, tradicionalmente, são e eram donos de vários taxis explorando o trabalho de pobres coitados, então por isso votaram contra o uber, votaram a favor dos seus interesses.
    E os pianistas como ficam? E essa vereadora, não vai renunciar?????????????????

  7. dos uberes

    Os vereadores não abrem mão dos úberes dos cofres municipais pois isto que vão multar o uber. A república de Curitiba é a república dos úberes.

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