6:02AVALISTA DOS PLANALTOS

NO REINO DE MARIA LOUCA

O BRASIL SEMPRE viveu à beira do abismo. De tempos em tempos dá um passo atrás. O brasileiro recupera o fôlego. Dura pouco, logo vem o passo adiante e estamos lá, de novo diante do abismo. Há um ano e pouco nossos pés deslocam pedaços de terra para as profundezas de nosso velho conhecido. Nem deveríamos falar “vejo a luz no fim do túnel”. É absurda. Não existe luz por falta de túneis suficientes. Nossos estadistas não quiseram nos dar ferrovias, e, perdendo o trem do trem, deixaram escapar montes de propinas em obras ferroviárias. Num país com tantas serras e montanhas, a exigência de túneis seria exponencial. Só de túneis o caixa dois tiraria mais que nas rodovias e pedágios.

DIVAGO, o foco é o abismo, não o túnel, não o pedágio, sequer a corrupção.O abismo nos chama, vejam os sinais, ofuscantes no fulgor, na pesquisa Datafolha de sexta-passada. Em qualquer cenário Lula vence para presidente em 2018. Em segundo lugar, Marina Silva; terceiro, quarto e quinto nos levam ao quinto dos infernos: Serra, Aécio, Temer, lá em baixo Bolsonaro. Os autores não convergem no explicar a causa de nossa tragédia; Machado de Assis chegou perto, n’O Alienista, em que o médico enlouquece e tranca a cidade inteira no hospício. Se nesta altura de estado e cidadania insistimos em caminhar em direção ao abismo, penso que a loucura de Simão Bacamarte, o Alienista, é a marca do Brasil.

NOSSA PRIMEIRA presença como estado foi o Reino do Brasil, Portugal e Algarves. Tínhamos uma rainha, D. Maria, mãe do príncipe regente, D. João, que governava não porque a mãe tivesse a oposição no Legislativo, como hoje. D. Maria era doente mental, interditada pelo parlamento português, daí o apelido D. Maria Louca. A nação brasileira nasceu e vive com o vício da loucura, na origem. Não há outra explicação para o que vimos fazendo desde que os portugueses aqui se instalaram. D. Maria legou-nos a doença mental, resistente, fortalecida nos trópicos, impérvia ao avanço civilizatório. A loucura de D. Maria instalou-se no Brasil, dos eleitores aos soberanos. Estamos trancados, sem perspectiva de alta hospitalar.

 

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