6:40AVALISTA DOS PLANALTOS

 O bom político é algo tão impensável quanto o ladrão honesto

H. L. Mencken

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Essa gente que só pensa golpe no Brasil deveria comemorar este 7 de abril, dos 185 anos do golpe que derrubou D. Pedro I, fazendo-o abdicar o trono em favor do filho, o futuro Pedro II. Não foi bem um golpe, teve mais o jeito da renúncia de Jânio Quadros.

Pedro I encheu-se das reclamações e da oposição dos políticos liberais contra suas ações autoritárias. Na véspera da abdicação disse a frase célebre, profissão de fé do autocrata: “Tudo farei pelo povo, mas nada farei para o povo”.

Fim do primeiro reinado, início do período regencial. O imperador preferiu ir embora para Portugal, resgatar o trono da filha D. Maria, destronada pelo tio D. Miguel, irmão de Pedro I.  A carta de abdicação bem podia inspirar Dilma Rousseff:

Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que tenho muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho, o Senhor D. Pedro de Alcântara.
Boa Vista, 7 de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do Império.

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À espera do milagre O ministério público da Rússia pretende investigar os russos dos Panama Papers, o esquema de offshores no qual o presidente Putin teria pelo menos 2 bilhões de dólares. É mais fácil a múmia de Lênin levantar do memorial da Praça Vermelha que o ministério público chegar perto de Putin, que chegou aonde está ao começar na vida como oficial da KGB, a polícia secreta soviética.

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Como? Para Luís Almagro, secretário-geral da OEA, não há fundamentos para o impeachment de Dilma. Para que serve a OEA? O geral já deu uma geral na Venezuela?

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Disse bem o ministro Marco Aurélio, do STF: “Vivemos tempos muito estranhos”. Tipo ministros do STF dando palpite fora dos autos e da alçada, como ele. Tempos muito estranhos. Tão estranhos que o deputado Paulo Maluf (PP/SP)rompe a fidelidade partidária e diz que votará pelo impeachment de Dilma.

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O patrulhamento político divulga a lista dos deputados que votaram relatório do impeachment de Dilma. Depois virá a lista dos que votaram a favor, contra ou por abstenção. Não há nada de errado nas listas em si, pois praticam a transparência, da qual os políticos fogem como o diabo da cruz.

Errado é o tachar de bons os que seguem a linha do leitor, seja qual seja.  Nesse quadro, os que ficam ao lado de Dilma merecem respeito, pois arriscam mais que os que votam contra, ao lado da grande maioria. Maus são os que se abstêm ou que, podendo, não revelam o voto. Estes só cumprem os compromissos consigo mesmos.  

Hotel de uma estrela

NÃO FOSSE verdade seria mais uma entre tantas piadas infames sobre sogras. Aos que não acreditam, digamos que é a velha piada, requentada. Mas aconteceu, e por estes dias. Seria quando muito piada atualizada. Vai lá. A sogra telefona e fala com a filha, quer que o genro a acompanhe na palestra do juiz Sérgio Moro.  Recado transmitido, o marido diz para a mulher que até aceitaria, desde que no final da palestra a sogra fosse direto para o hotel de uma estrela – a vermelha, do PT – que o juiz Moro instalou em Pinhais. Em hospedagem vitalícia, nada dessa tal preventiva, de empreiteiro, doleiro, tesoureiro e político roubalheiro.

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