14:34Tereza Rachel, adeus

Da Folha.com

Atriz Tereza Rachel morre no Rio de Janeiro aos 82 anos

A atriz Tereza Rachel morreu na tarde do último sábado (2), aos 82 anos, vítima de complicações de um quadro agudo de obstrução intestinal.

Uma das grandes divas do teatro brasileiro, Rachel participou nos anos 1960 de peças importantes da dramaturgia nacional.

Ela estava internada desde 30 de dezembro no CTI do hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio. O hospital confirmou, por meio de nota, a morte da atriz.

A obstrução intestinal é quando há um bloqueio, total ou parcial, da passagem de líquidos e alimentos pelo intestino. Ela pode ser causada por problemas como diverticulite, aderências, hérnias ou tumores.

O bloqueio pode acarretar em necrose de determinadas partes do órgão, levando a problemas graves. O hospital não detalhou a condição da atriz.

Tereza Rachel, cujo nome de batismo era Terezinha Brandwain, iniciou sua carreira em 1955 e ganhou, no ano seguinte, o prêmio de atriz revelação da Associação Brasileiras de Críticos Teatrais.

Estrelou nos anos 1960 peças históricas, como “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, em 1961. Produziu e atuou em “Bonitinha, mas Ordinária”, também de Rodrigues, no ano seguinte, após uma viagem de estudos pela Itália e França.

Em 1965, no meio da ditadura militar, atuou em “Berço de Herói”, de Dias Gomes, com direção de Antônio Abujamra. A peça foi interditada pela censura ainda durante o período de ensaios.

No mesmo ano, participou de “Liberdade, Liberdade”, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, em produção do Grupo Opinião.
Interpretou Jocasta, em “Édipo Rei”, de Paulo Autran, sucesso de bilheteria em 1967. Rachel atuou na montagem, considerada histórica, de “O Balcão”, de Jean Genet, no Teatro Ruth Escobar.

TEREZÃO

Em 1971, a atriz inaugurou o Teatro Tereza Rachel, no Shopping Cidade Copacabana, também conhecido como Shopping dos Antiquários, o primeiro centro comercial do tipo do Rio, inaugurado em 1960. O teatro ficou carinhosamente conhecido como “Terezão”.

A peça de estreia foi “A Mãe”, do filosofo, pintor e dramaturgo polonês Stanislaw Witkiewicz. A atriz se encantou com uma montagem que vira em Paris e trouxe ao Brasil o mesmo diretor do espetáculo, Claude de Régy, para a inauguração oficial de seu teatro, que funcionou até o final da década de 1990.

Ainda em 1971, Gal Costa estreou o show “Fa-Tal – Gal a todo vapor”. Gravadas, as apresentações viraram o clássico disco da cantora baiana. Grandes nomes da MPB se apresentaram no teatro, como Luiz Gonzaga, Milton Nascimento, Os Mutantes, Novos Baianos, Caetano Veloso, Rita Lee, Ivan Lins, Alceu Valença, Raul Seixas e Pepeu Gomes.

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