7:06AVALISTA DOS PLANALTOS

AVÃO NA CABEÇA          Nadine Heredia, primeira dama e líder política do Peru, é investigada pelo poder legislativo local sob suspeita de receber propinas de empreiteiras. Quais empreiteiras? Ora, as brasileiras da Lava Jato. Ainda não há vestígios de financiamentos do BNDES, nem a participação daqueles dois grandes lobistas brasileiros. Como não tem sapo no jogo do bicho pode jogar no pavão – 73 a 76 -, seco, molhado, dezena, milhar, invertido ou não. Não tem erro; acerta o lobista.

 

CASA DE TOLERÂNCIA     A polícia do Congresso Nacional investiga prostituição nas casas. Filmagens divulgadas via What’sApp mostram cenas de sexo, com detalhes da especificidade técnica, mulher seminua e homem sendo servido e sorvido. A prostituição acontecia em banheiro de uso comum, não dos privativos de deputados ou senadores, onde dificilmente haveria flagrante, e, caso houvesse, caberia imunidade por palavras e atos assegurada na Constituição. Com a ressalva de que a imunidade não se estenderia a parceiro(a) sexuais, sobre o que há jurisprudência formada no plenário e na comissão de ética.

Carlos Lacerda, deputado e governador da Guanabara, líder dos movimentos que levaram à queda dos presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, definiu a câmara dos deputados como “uma casa de tolerância”, nos sentidos vulgar, chulo e pedrês, literal e ambos. Pelo que temos visto no Congresso Nacional, diante da interminável simonia e da cornucópia de crimes e acusações contra seus membros, a prostituição nos banheiros soa atividade inócua, anódina, algo ginasiana, restrita à satisfação de adultos consensuais e consexuais. A menos que envolva desvios de conduta, do gênero pedaladas, sejam fiscais, sejam sexuais.

 

CINCO POR CENTO   De novo o caso Celso Daniel, agora esgaravatado pelo juiz Sérgio Moro: o empresário Ronan Maria Pinto, que nesta semana entrou no estaleiro da Lava Jato, teria recebido um ‘cala boca’ de R$ 5,7 milhões para não comprometer o PT no assassinato do prefeito de Santo André, em 2002.

Por que propina quebrada, R$ 5,7 mi? O corrompido não exige pagamento quebrado. O corruptor pode, sim, pedir desconto, mas R$ 300 mil de diferença não representa nada para ele – “O que é mais uma pelota para o lazarento?”, como se dizia no passado. Então, captei: R$ 300 mil é 5% de R$ 6 mi, a comissão do intermediário.

           

POR QUÉ NO TE CALLAS?      O ministro Edinho Silva, ministro da Comunicação Social teme “o risco de aparecer cadáver por causa da intolerância” nas manifestações contra Dilma. O ministro Eugênio Aragão, da Justiça, vai além, anuncia que “grupos de pessoas interessadas no quanto pior melhor [criam nas famílias] uma cultura da insatisfação, da violência e, por que não dizê-lo, de uma psicose coletiva”. De cadáver, sepulto ou insepulto, advindo da intolerância, o ministro Edinho entende, haja vista Celso Daniel, que vire e mexe assombra seu partido.

Quanto ao ministro Aragão, uma preliminar. A cultura de insatisfação tem culpado: chama-se Mark Zuckerberg, o cara do Facebook, essa assembleia universal de ódios e aleivosias dos contras e dos prós ao lulo-dilmismo. Já o diagnóstico da psicose coletiva – existe na literatura? –, o ministro credencia-se a ingressar na junta médica de Marcelo Castro, o ministro da Saúde, que recomendou às mulheres brasileiras contraírem zika antes da gravidez. Ministros protagonistas como Wagner, Edinho, Marcelo, Aragão são daqueles boquirrotos, que por falarem demais dão bom dia a cavalo.

 

ESCÂNDALO A VISTA                O ex-ministro do Esporte, George Hilton (George Hilton Santos Cecílio; o pai era fã do George Hilton original, ator uruguaio, o inesquecível ‘Sartana’ dos faroeste espagueti italianos), deixou pronta a medida: o governo Dilma pretende comprar ingressos para a Olimpíada.

Temor de que não venha o público e os turistas estrangeiros previstos, haja vista os riscos já antecipados – a contaminação pela zika, o Rio de Janeiro, Dilma. Nossa presidente, formada em Economia e deformada em Administração, pratica um keynesianismo estrábico: na falta de demanda, cria a oferta. Mais escândalo a vista.

 

IDEIA DE JERICO          Deputado estadual de São Paulo quer lei para obrigar a entrega de bíblias aos alunos do ensino fundamental. Não aceita o argumento do estado laico: insiste que a Bíblia serve para todos, crentes e descrentes. Não lhe interessa o que católicos, judeus e evangélicos pensem, cada um adotando partes do rascunho original, com traduções adaptadas aos fins e gostos das respectivas crenças.

Em respeito à igualdade de todos perante a lei, o kit deve ser ajustado às variadas filiações: de muçulmanos, xintoístas, budistas, kardecistas, umbandistas, xamanistas e por aí afora. Inclusive fornecendo os catecismos de Carlos Zéfiro, no qual os sessentões muito aprenderam na juventude. E pensar que um deputado desses custa mais de R$ 400 mil mensais para o contribuinte.

 

DIRCEU, Genoíno, Delúbio, Silvinho, Vaccari, João Santana e senhora, André Vargas, Delcídio, planetas e asteroides de variadas massa e alta gravidade do PT, acabaram na cadeia. O Sol, que os mantém girando em sua órbita, continua com luz intensa, temperatura abrasadora e induzindo adoração.

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Uma ideia sobre “AVALISTA DOS PLANALTOS

  1. Hélio Biondo

    O deputado quer distribuir bíblias, mas as escolas não tem nem laboratórios decentes, bibliotecas decentes. Brasil perdido ladeira abaixo! Não existe futuro

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