É uma brasa, Moro
“Eventuais excessos bem-intencionados” do juiz Sérgio Moro podem comprometer a validade do processo da operação Lava Jato. Do despacho do ministro Teori Zavascki para avocar ao STF a investigação sobre Lula. Não diga ‘ufa, que alívio!’ após com o “bem intencionados”. É no “eventuais excessos” que mora o perigo.
Meus Deus
O ministro Barroso, do STF, deu a pista – ”Meus Deus do Céu, é essa a nossa alternativa de poder?” – após o desembarque do PMDB do governo Dilma. Ele tinha em mente a foto da reunião do PMDB, na primeira fila Eduardo Cunha, Romero Jucá, Valdir Raupp e outros muito votados. É essa a alternativa de poder? Se não é verdade, é boa sacada.
Dilma assustada e o PT acossado pela Lava Jato permitiriam a continuidade mambembe, mas contida, do atual governo. Um governo Temer teria os sócios do PMDB na corrupção, ainda fora dos holofotes e da prisão preventiva, impunes e com fome insaciável. O STF emite os vagidos da legalidade formal e sinaliza a contenção no impeachment.
O grande problema do Brasil hoje é a crise econômica, que paralisa o crescimento, gera desemprego e nos antecipa mais uma de tantas décadas de atraso. Sem base parlamentar, seja do PT, seja do PMDB, não consegue aprovar mudanças na economia. Nem o PMDB conseguirá, ainda que tenha base parlamentar, dado o custo de acomodá-la.
Cada qual no seu pedal
Chegou ao STF recurso contra Eduardo Cunha, presidente da câmara, pelo indeferimento do impeachment de Michel Temer. O crime de responsabilidade, o mesmo de Dilma, as pedaladas fiscais de Temer no exercício interino da presidência.
Essas pedaladas fiscais já encheram. O certo seria pegar todas, embrulhar e prender no bagageiro da bicicleta – daquelas de dois ciclistas, Dilma no guidão da frente, Temer no guidão de trás.
Haja coração
Ah, o juiz Sérgio Moro, a gente vive em sobressalto por ele, tem até a mãe de um amigo que reza todas as noites em intenção de sua excelência. Não adianta, ele não se controla, diz o que não deve sobre o que não tem certeza. De nada serviu o passa-fora do ministro Teori Zavascki nem o pedido de desculpas que apresentou em seguida ao STF.
Numa das fases da infindável Operação Lava Jato, nosso juiz predileto sugere que a corrupção do PT está por trás do assassinato do prefeito Celso Daniel, de Santo André. Isso vem de 2002 e a suspeita não avança, não ata nem desata.
Que teve corrupção na prefeitura é fato notório. Na época o PT não tinha ainda assumido a Petrobras e não era íntimo das empreiteiras, apenas tirava dinheiro do lixo, isto é, das concessionárias de varrição e coleta de lixo das prefeituras q