22:02Pedras

Do blog Cabeça de Pedra

Fiz, sim – e agora, muitos anos depois, me encanto mais com aquilo. Recolhi pedras nas ruas do bairro, lavei-as e pintei-as de várias cores. Depois distribuí de presente para colegas do trabalho, numa daquelas festas de bebedeira. Amarrei em cada pedra uma cordão e, no bilhete que escrevi, pedi para que o presenteado se comprometesse a levar sua pedra para passear durante toda a vida. Aos 23 anos somos crianças lindas a cometer arroubos de toda espécie, imunes a pensamentos negativos, obstáculos. Provavelmente as pedras se perderam no tempo. Daqueles colegas ainda tenho contato raro com um, famoso, e não me atrevo a perguntar o que ele fez com ela. Lembro que era tímido ao ponto de ter dificuldade de falar ao telefone – mas, pelo menos, sob o efeito do chopp e da cachaça, os amigos demonstraram uma felicidade imensa com aquela manifestação. Era de carinho. Pelas pedras.

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