7:11AVALISTA DOS PLANALTOS

A restituição da restituição

Marquito, vereador paulistano pelo PTB, é investigado pela polícia, sob suspeita de forçar funcionários do gabinete a repassar-lhe parte da remuneração. Para agregar insulto à injúria, os funcionários reclamam que Marquito exige-lhes o valor da restituição do imposto de renda. É crime, chocante para os padrões elevados na relação parlamenta-assessor. Marquito acha que podendo tirar o mais, o salário, pode tirar o menos, a devolução do imposto.

O aurélio do Moro

O ministro Jacques Wagner, que cedeu a Casa Civil para Lula, que não a assumiu por ordem judicial, explica que com a saída do PMDB Dilma fará a “repactuação” do governo. Repactuação significa entregar aos partidos que permanecem na base parlamentar os cargos partidos que deixaram a base.

Repactuação é palavra equívoca, tanto pode significar a aliança em nome do bem público como o mais desbragado fisiologismo, assalto ao Tesouro, direcionamento de emendas orçamentárias e contubérnio com empreiteiros, e seus correlatos da política brasileira.  Na dúvida, consulte-se o aurélio do Moro.

Engenuidade ingenhosa

O entorno de Dilma propôs a renúncia da chapa eleita em 2014, presidente e vice fora do governo e convocação de novas eleições. Salva a face do PT e não se entrega o poder de mão beijada para o PMDB. Há raciocínio de pretensa seriedade por trás.

Dilma, ministros e o PT engrenam leitura esquizofrênica pela qual Michel Temer não pode ser presidente porque não recebeu, como ela, “42 milhões de votos”. Pela constituição de Dilma, Michel Temer foi eleito como substituto eventual, não possível sucessor.

O panteão do nunca antes

O juiz Sérgio Moro precisa de um assessor daqueles que Roma obrigava seus generais vitoriosos a levar nas bigas, nos desfiles de retorno das batalhas, quando glorificados como semideuses. No cortejo – com escravos, reis derrotados, tesouros e butins de guerra -, o assessor soprava na orelha do general: memento mortalem esse, lembra-te de que és mortal.

O juiz Moro caiu na armadilha da celebridade e oscila entre ‘só falar nos autos’, primado clássico dos magistrados, e o protagonismo das entrevistas, eventos e conferências. Lula, com a ‘mosca azul’ e o ministro Teori Savatzky, com toda a contenção de que o colega Marco Aurélio não foi capaz, criticaram a conduta de Moro.

Nosso juiz teve que pedir desculpas ao STF pelo protagonismo. Ele não precisa disso, tem lugar assegurado na história do Brasil, integra o panteão do ‘nunca antes’. Contido e discreto pode evitar mais um impeachment, o da ‘República de Curitiba’, logo agora que entramos no mapa do Brasil sem ser pelas mãos de Jaime Lerner.

Licencioso

Kátia Abreu, ministra da Agricultura, e outros cinco colegas do PMDB, resistem à saída do ministério Dilma, decidida pelo partido nesta semana. Os ministros do PMDB lembram crianças que abrem o berreiro e se agarram à saia da mãe quando ela os larga na porta da escola. Os ministros acenam com a alternativa da licença do partido. O PMDB é um partido licencioso.

Untado e besuntado

Mais ministérios, a moeda de troca para o PP de Paulo Maluf permanecer no governo Dilma. Na política, como no comércio, não existe negócio impossível. É questão de acertar o preço. Depois da Lava Jato, onde não foi colhido, e da ordem internacional de captura, ter seu partido decisivo no governo Dilma é para Paulo Maluf ser untado e besuntado em santos óleos.

Smartgun

Uma empresa dos EUA apresentou ao mercado o Conceal, pistola calibre .380 que dobrada tem aparência de smartphone. Por enquanto só atira, mas pode ser desenvolvida para mandar mensagens. Será o instrumento definitivo e fundamental para quem odeia via Facebook. 

Compartilhe

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.