Mosca azul I
Em entrevista à imprensa estrangeira, Lula declara que o juiz Sérgio Moro foi picado pela ‘mosca azul’, deslumbrado pelo poder. Lula não sabe direito o que seja o ‘poder’ de Moro, que não difere do poder de qualquer juiz deste país; a diferença é que Moro o exerce, enquanto os juízes em geral relutam em fazê-lo em sua plena e legítima extensão. Lula conhece, isto sim, a mosca azul, que quando o picou liberou-lhe a língua. Lembram o filho da mulher que nasceu analfabeta? A mosca dos outros é sempre mais azul.
Mosca azul II
Hillary Clinton, virtual candidata democrata à presidência dos EUA, promete, caso eleita, liberar os segredos da misteriosa e secreta Área 21, base da força aérea onde supostamente estão armazenadas provas de passagem de alienígenas pela Terra. O que chama a atenção sobre isso é que os alienígenas teimaram e continuam teimando em aparecer nos EUA, desdenhando o resto do mundo. A mosca azul imperialista.
Propina e luxo
A operação Lava Jato apurou que a mulher e a filha do deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara federal, gastaram aproximadamente US$ 15 mil em Paris, tudo em artigos de grifes, como Chanel, Dior, Louis Vuitton e outros. Seria dinheiro de propina da Petrobras, pois os valores estariam acima da disponibilidade financeira das duas na época. Compras peruosas, exibicionistas, mas sonhos de consumo de quem recebe dinheiro fácil.
Propina é ilegal, mas uma vez recebida, fazer o quê? Chamar a polícia, devolver? Ora, propina não vem sozinha, tem oferta, pedido, aceitação e entrega. Se o deputado não fez nada disso, as senhoras Cunha, moças finas, da zelite, usaram o dinheiro para o prazer, em ítens de luxo. Nunca das grifes Pernambucanas, Lojas Marisa (nenhuma insinuação oculta).
O dinossauro não quer favores
Fidel Castro reclama da visita de Barack Obama a Cuba: “Não precisamos que o império nos dê nada de presente”. Então por quê convidaram o cara? Quer presente de quem? Da Venezuela, do Brasil, já exauridos, um pelo petróleo que fornecia e hoje precisa para fazer caixa, outro pelos financiamentos obtidos via Odebrecht?
Certa tristeza
“Vejo com certa tristeza o PMDB abandonar o governo”, lamenta o presidente Lula. Tristeza dá para entender. Mas certa?
Casus belli
A guerra prometida por Lula contra o ‘golpe’ começou ontem quando deputados, assessores e militantes petistas tentaram impedir o presidente da OAB nacional de protocolar pedido de impeachment contra Dilma. Barulho gratuito e antidemocrático, pois o impeachment não é decidido no protocolo, mas passa na comissão especial e é votado no plenário. Portanto, o campo de batalha é parlamentar, na comissão e no plenário.
Não bastasse, não se trata do primeiro pedido, há outros, um deles maduro para decisão. Onde está, então, o casus belli contra o pedido feito pela OAB? É que nele se incluiu, além das pedaladas fiscais, a nomeação de Lula para a Casa Civil, que na avaliação da OAB seria crime de responsabilidade, que Dilma cometeu para protegê-lo com o foro especial do STF.
Os nervos petistas estão à flor da pele, treze anos de poder e tudo que o partido e filiados obtiveram não pode ser entregue no jogo democrático, com o impeachment regulado na Constituição. Para o partido, Lula e Dilma, o impeachment é golpe – um golpe igual aquele do qual participaram com empenho e denodo para tirar Fernando Collor da presidência.
O ministro da saúde adverte
Um pai foi preso no Parque Barigüi domingo, 11 da noite, por deixar a filha de oito meses trancada no carro. Alertados pelo choro da criança, populares arrombaram o carro e chamaram a polícia. O pai justificou: tinha saído para comprar cigarros. Se maço ou pacote, não cola, daria para levar a criança no colo e o cigarro no bolso.
O relatório da ocorrência não menciona o odor do cigarro, mas para esquecer a criança e engendrar essa desculpa em farrapos, o pai devia estar sob o efeito de fumo mais pesado. Pelo sim, pelo não, cabe mais uma advertência do ministro da Saúde: “Fumantes deixam filhos trancados nos carros”.