Do avalista dos Planaltos

Coincidência

O PMDB ameaça desembarcar do governo Dilma, que começa a fazer água. Os ratos pulam fora quando o navio começa a afundar.  Toda semelhança é mera coincidência.

Bulchiste

A revista Veja não tem jeito. Informa que o plano B de Lula é fugir para a Itália, em asilo político ou sob a saia de Marisa Letícia, que conseguiu a cidadania quando era primeira dama. Bulchiste, como dizem os gringos. O ‘exército do Stédile toca fogo no Brasil’ antes que a Justiça algeme o atual presidente. Nem Lula é bobo de pedir asilo à Itália depois que negou a extradição do companheiro Cesare Battisti.

Mea culpa

O leitor escreve dizendo que Dilma pode, sim, ser ‘a presidenta’. Melhor não contrariar. Então nos entendamos: o feminino é exigência do momento político, em que o Brasil tem ‘o’ presidente e ‘a’ presidenta. Mas vamos e venhamos, certo ou errado isso de ‘presidenta’ deixa mal as mulheres do Brasil.

Aqui se faz, aqui se paga

O ex-deputado Pedro Correa, réu no Mensalão e na Lava Jato, entrega FHC, que teria comprado a emenda constitucional da reeleição. Dá detalhes: o banqueiro Olavo Setúbal entregava senhas para deputados e senadores sacarem dólares junto a doleiro de Brasília.

Dólares americanos, detalha Correa (os canadenses valem menos). A emenda de reeleição de FHC ficou entalada no bico dos tucanos sérios, hoje extintos. Aqui se faz, aqui se paga. Uma vez em dólar, outra em processo. A culpa? Sempre do doleiro.

República e império

Começa a cansar essa coisa de “república de Curitiba”. Não cola, não se transforma em verdade nem que os Goebbels do PT repitam mil vezes. E se for, qual o problema? Seria – com todo o absurdo da imagem idiota – a primeira república com um mínimo de seriedade na história do Brasil.

A primeira, desde a proclamação, foi uma farsa; a segunda, das ditaduras de Getúlio, uma tragédia, cujas consequências chegam aos dias de hoje; a terceira, de Dutra a Jango,  uma piada. Depois tivemos outra também longa ditadura, seguidas de Collor e Sarney, todas páginas que não deixaram saudades.

Nossa república melhorou com Itamar Franco, depois com o primeiro FHC e sua ‘república da USP’ e Lula com a de ‘São Bernardo’. Os repetecos FHC e Lula não merecem aplausos. Já dona Dilma inspirou-se em Collor, Sarney e os segundos FHC e Lula para sua ‘república da Petrobras’.

Perto disso, a república de Curitiba é como Cristo expulsando os vendilhões do templo. Não por acaso os evangélicos desembarcam em massa da base do governo Dilma.  Inventar e proclamar a República de Curitiba é coisa de quem não se conforma com o fim do Império de Lula.

Conselho de mãe

A mãe era a conselheira das amigas. Ouvia as queixas sobre maridos, sogras, filhos. Problema maior os maridos, naquela época sem divórcio e lei Maria da Penha capatazes de família. Poucas enfrentavam os riscos do adultério e da separação. A mãe dava bons conselhos, avaliava prós e contras, conhecia os personagens, seus defeitos e qualidades. Como a amiga que queria deixar o marido por outro homem: “Ruim por ruim, fique com o seu”, foi o conselho, seguido à risca e até onde sei sem contraindicações ou efeitos colaterais. No almoço desta Sexta Feira Santa, assunto Dilma. Aos 90, ligadíssima no ‘impichement’, queda de Dilma e Temer presidente. Nunca gostou do PMDB e pelo PT guarda a nostalgia do social. Voltou ao conselho que dava às amigas: “Ruim com Dilma, pior com Temer”. Problema que a gente cresce, não esquece da mãe. Mas desobedece.