7:05O mundo em que se vive não é perfumado

por Raymond Chandler

O realista em assassinato escreve sobre um mundo no qual gângsteres podem comandar nações e quase comandar cidades, no qual os hotéis e pensões e restaurantes famosos pertencem a homens que fizeram sua fortuna por meio de bordéis, no qual um astro de cinema pode ser um olheiro da máfia, e o homem simpático do fim do corredor é o chefe do jogo do bicho: um mundo onde um juiz com uma adega cheia de bebida contrabandeada pode mandar um homem para a cadeia por ter uma garrafa de bebida em seu bolso, onde o prefeito de sua própria cidade pode compactuar com assassinatos como um instrumento de enriquecimento, onde nenhum homem pode caminhar por uma rua escura em segurança porque a lei e a ordem são coisas sobre as quais nós falamos, mas nos abstemos de praticar […] Não é um mundo perfumado, mas é o mundo em que se vive […]

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