9:58Vento

de Ticiana Vasconcelos Silva

O vento sou eu

Que digo a palavra vento

No espaço entre a memória e o tempo

Nas sublinhas da matéria

Sacudo a poeira das palavras

E rego vertigens sublinguais

Sou a perfídia da loucura

Que nas linhas obscuras

Solapam a tristeza nua

De onde escorre a poesia diurna

Matarei a fome dos ímpios trovadores

Sem a prosa nem as dores

Dos mortais que em mim vivem

Saberei do fim quando for triste.

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