14:24O Matadouro Municipal na história do Guabirotuba

A Universidade Federal do Paraná informa

História do Matadouro Municipal e da formação do bairro Guabirotuba é tema de livro e site 
Obra, resultado de minuciosa pesquisa, relata processo de urbanização da região de Curitiba.

A ocupação da região do Guabirotuba, leste de Curitiba, teve início no final do século 19, e foi fortemente influenciada pela instalação de um Matadouro Municipal no bairro.

Os matadouros eram (e ainda são, em algumas cidades pequenas) importantes equipamentos urbanos que, apesar de serem considerados “perigosos, insalubres e incômodos”, mantinham longe dos centros urbanos o abate de animais para o consumo da população. O Matadouro Municipal funcionou entre 1899 e 1974. Durante esta trajetória, muita coisa aconteceu em Curitiba e no Guabirotuba. Essa história é o tema do livro “Os 75 anos do Matadouro Municipal do Guabirotuba – Arquitetura, Urbanização e Higienismo”, e do site “O Matadouro Municipal e o Guabirotuba”, resultados de estudo realizado pelas professoras da UFPR Zulmara Clara Sauner Posse (Departamento de Antropologia) e Elizabeth Amorim de Castro (Departamento de Arquitetura e Urbanismo).

Link: omatadouromunicipaleoguabirotuba.wordpress.com

De arrabalde, distante do centro urbano e constantemente alagado pelo Rio Belém, a região transformou-se em bairro, com mais de 11 mil moradores e tomada por residências unifamiliares, congregações religiosas, um comércio consistente e escolas, públicas e particulares, de todos os níveis de ensino.

No site, são encontradas informações preciosas e inéditas, acompanhadas por fotografias e mapas que mostram de forma simples, dinâmica e consistente como ocorreu a ocupação da região leste da cidade, ultrapassando os limites impostos pelo Rio Belém e contrariando as recomendações dos planos Agache (1943) e Diretor (1967).

“Os 75 anos do Matadouro Municipal do Guabirotuba – Arquitetura, Urbanização e Higienismo” analisa as instalações físicas do Matadouro do Guabirotuba e revela sua total inadequação aos preceitos higienistas vigentes, suas intermináveis reformas e a grande insatisfação da população com este equipamento urbano. O trabalho apresenta um texto consistente, baseado em uma pesquisa de mais de três anos que levantou uma extensa documentação, oficial e oficiosa. A narrativa é enriquecida por projetos arquitetônicos e urbanísticos, mapas, fotos, matérias em periódicos, legislações, relatórios e discursos. Também reúne e analisa a vasta legislação voltada para a higiene pública, o funcionamento do matadouro e todo o processo de transporte e comercialização da carne.

Os três temas – o edifício do Matadouro Municipal, as normas e o bairro do Guabirotuba – estão presentes no livro e no site e resultam da pesquisa das professoras da UFPR, que foi viabilizada pelo Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e incentivada pelas empresas Celepar, Higiserv Limpeza e Conservação S/A e Best Way Trips Agência de Viagens e Turismo Ltda. Fruto de renúncia fiscal, o trabalho retorna à sociedade com a disponibilização integral do livro Os 75 anos do Matadouro Municipal do Guabirotuba – Arquitetura, Urbanização e Higienismo no site O Matadouro Municipal e o Guabirotuba.

Este é o quarto trabalho da dupla de pesquisadoras, que já revelou a extensa produção arquitetônica do engenheiro Eduardo Fernando Chaves e o processo de urbanização de Curitiba nas primeiras quatro décadas do século XX (ver “As Virtudes do Bem Morar“ asvirtudesdobemmorar.wordpress.com); analisou os Ginásios, Escolas Normais e Profissionais do Paraná e esmiuçou a conturbada história do Matadouro Modelo de Curitiba. Com uma perspectiva multidisciplinar, os trabalhos da antropóloga Zulmara e da arquiteta Elizabeth mostram uma Curitiba pouco conhecida, que cresce e urbaniza-se, é movida por inúmeros interesses, encontra-se repleta de conflitos, mas busca a modernização.

 

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