11:29Dilma viu a luz, mas volta à escuridão

por Sérgio Malbergier

Vivemos o ápice do custo político do Brasil. O país segue atônito e revoltado o desenrolar da crise política em Brasília, que nos afunda na lama. Ninguém sabe o que vai acontecer, só sabemos que a conta, como sempre, será paga por nós. Como disse Dilma ontem: “Não estou afastando nenhuma fonte de receita…” Só faltou dizer: “…para tapar o buraco que minha política econômica desastrada cavou nos últimos anos”.

A presidente quase quebrou o Brasil depois de pegar o país crescendo a 7,5%, com caixa cheio e cheio de confiança. Em quatro anos jogou tudo fora com uma “nova matriz econômica” ideologicamente “gauche”, cega à realidade, que demoliu o caminho criado a duras penas por todos nós, sob a condução de FHC e Lula.

Ela só foi reeleita gastando o nosso dinheiro como se não houvesse amanhã (o amanhã chegou) e mentindo como se não houvesse verdade (a verdade chegou), tratando as massas como gente ignara, numa campanha política que insultou a inteligência do pobre brasileiro que ela e o PT dizem defender.

Quem mais sofre com isso tudo obviamente são os mais pobres, porque os menos pobres e os mais ricos têm mais condições de se protegerem nas crises.

Dilma ainda tem três anos e quatro meses de mandato e prova todo dia que não tem a menor capacidade de comandar o país. Lula, apesar de todos as suas falhas graves, deixou um legado importante depois de oito anos na Presidência. Mas Dilma está se tornando seu maior (e pior) legado.

As crises se sucedem como as falas da presidente —desconexas, confusas, repetitivas. Diz muito sobre como Dilma foi eleita e reeleita o fato de ela ser uma líder política sem o dom da oratória nem prática política.

Não durou muito o arranjo possível para a governabilidade que se instaurou no início do segundo mandato: Joaquim Levy na economia e Michel Temer na coordenação política.

O problema é que ficou explícito demais o papel secundário de Dilma. E isso sua personalidade autoritária não admite. Foi só a água baixar um pouco, que ela novamente foi para cima. Levy é jogado todo dia na frigideira. Temer já se foi. Ficamos com Dilma, e ela cada vez mais dá sinais de que não mudou nem mudará.

Se a nomeação de Levy foi um gesto imenso, um raro reconhecimento de seus equívocos, o que acontece nas últimas semanas tira dela todo o mérito daquele movimento e pode custar mais caro do que se ela não o tivesse nomeado.

Pior ainda são as vozes daqueles que defenderam o intervencionismo e a gastança do primeiro mandato, que levou o país à beira do abismo, dizerem que a causa da crise econômica é o remédio amargo para resolver a crise econômica e propõem a mesma receita desastrosa de Dilma 1.

O único ganho para o país, dentro das grandes perdas com a fracassada nova matriz econômica, era o entendimento de que a receita do intervencionismo estatal e da gastança fiscal levou o país ao buraco.

Por décadas, este foi o país das décadas perdidas. Estamos perdendo mais uma. Dilma viu a luz no fim do túnel, mas parece manobrar de volta para a escuridão.

*Publicado na Folha de S.Paulo

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2 ideias sobre “Dilma viu a luz, mas volta à escuridão

  1. Clint Eastwood

    À Mulher Sapiens falta um atributo importante, o tal do Semancol, ela pensa que pensa, se acha criativa, aí como não é como o Brahma da Silva, que sabia falar de improviso, se mete a discursar, começa falando do Mais Médicos Cubanos, passa pelo Minha Casa Minha Dívida, tudo isto sem explicar nada, e termina em pérolas como esta da tecnologia do fogo. É para queimar com as nossas esperanças de vez.

  2. leandro

    Sabem aquela história e simbologia dos três macaquinhos, um não fala, outro não vê e outro não houve.
    Tudo isso está compondo as atitudes da Presidente Dilma Vana Roussef. Ela não ouve, não vê nada nem a luz no final do túnel e não fala, pois quando emite sons verbalizando algo o faz de forma irracional de forma a não deixar a ,mínima possibilidade de alguém entender o que está saindo de sua boca. <uitos acham que só ela quebrou o Brasil, não é verdade, houve a grande coloboração do povo, induzido pelo criador da Dilma, Lula.
    O Luiz Inácio da Silva, quando lançou Dilma como candidata à presidente do Brasil, afirmava sua competência e que ela era a mãe do Brasil. Hoje vemos que é mesmo uma madrasta.
    Mas, o que desejava Lula com isso? Claro que o controle do Brasil politicamente, uma vez que já havia dado certo com o mensalão e a perpetuação do poder teria que ter outro tipo de financiamento e aí surgiu o PETROLÃO, com maior intensidade, pois a inflação corroeu até as propinas e os valores da corrupção, portanto deveria ser corrigido qualquer valor.
    Bem, neste particular o criador sofreu uma surpresa, pois a criatura começou a ter vôo próprio contudo sem rumo e deu no que está dando.
    A ânsia de arrecadar para resolver os problemas do "companheiros" extrapolou fronteiras, fomos à África e Cuba, com empreiteiras colaboradoras do regime imposto e participativo, tendo até a fundação de um clube que se denomina CARTEL

    Nós brasileiro, bem nós pagamos a conta.
    O desafio fiscal do governo sucumbiu com a corrupção e com a gastanças desenfreada nos 39 ministérios e demais penduricalhos onde muitos sequer sabem o que fazer e tropeçam nos corredores fisicamente como nos corredores de atividades sobrepostas de forma burra.
    O Governo da Dilma não quer nem ouvir falar em reforma administrativa, falou de passagem numa diminuição de ministérios , como se fosse algo simples, mas não mostrou, pelo menos até hoje, algo concreto.
    Esses fatos e comportamentos além de desgastar o já combalido governo deu a oportunidade para os parasitas e hospedeiros da desgraça se instalassem definitivamente no sistema já podre.
    E a Dilma o que fez? Nada, continuou surfando em frases desconexas, sem sentido falando como se estivesse a conta de uma campanha.
    Depois de todas essas trapalhadas, umas propositais e outras por incompetência vimos que o governo perdeu as rédeas da economia, pois procura de forma displicente criar uma economia de mercado e ao mesmo tempo intervém nesse processo com taxação de tributos excessivos.
    Com todos esses erros aparece um novo momento do Brasil, com as tais "pedaladas" com infração da LRF onde se desmanchou o tal superávit primário.
    Como o governo gasta mais do que deve e arrecada, apresentou um orçamento já com déficit orçamentário com despesas previstas superiores às receitas que caem dia a dia com a recessão galopante.
    Para equilibrar as contas públicas, o governo agora fala em diálogo, em participação e toda sociedade, coisa que nunca fez quando gastou mais do que devia e com isso mais uma vez a presidente Dilma fala coisa nenhuma de concreta e nem que possa ser entendida.
    No caso, se pretendia reviver a CPMF, foi refutada por parlamentares mesmo sem ter sido enviada ao Congresso.
    A presidente diz não "gostar" da CPMF, mas também diz não abrir mão de nenhuma receita inclusive a CPMF, difícil de entender.
    Para finalizar uma das liderança do PT, o deputado Henrique Fontana do RGS disse que talvez se crie algo como a CPMF com isenção de quem ganhe 4 mil, 3 mil, sei lá quanto, como também o deputado não sabe como e quem , sem base técnica alguma para estabelecer a faixa para cobrar o imposto do cheque.
    Portanto por isso e por tudo de atrapalhadas governamentais, quer por incompetência ou de caso pensado, proposital o tal imposto virá cedo ou tarde poi9s o governo além de estar quebrado também quebrou o país

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